O Brasil tem uma previsão de investimentos de R$ 514 bilhões no setor de óleo e gás, entre 2024 e 2028, de acordo com a ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Esse cenário está movimentando o mercado de equipamentos para campos de exploração e usinas de refino, entre outros polos industriais. Com isso, aumenta também a complexidade logística no transporte dessas máquinas, uma vez que danos podem comprometer a produção.
Segundo um estudo global realizado pela ABB, cada hora parada no setor de óleo e gás representa uma perda de aproximadamente US$ 144 mil (“O Valor da Confiabilidade”). Este é o segmento com terceiro maior impacto financeiro em caso de inatividade não programada, quando provocada por falhas de equipamentos.
Para evitar essas intercorrências, fabricantes de máquinas voltadas para o setor de petróleo estão fazendo o monitoramento do transporte dessas cargas, que apesar do grande porte contêm componentes sensíveis.
“A operação logística nesse segmento precisa ser cuidadosamente planejada e executada, pois alguns equipamentos de alto custo podem não funcionar corretamente se transportados em condições que causem trepidações ou impactos”, explica Afonso Moreira, CEO da AHM Solution, empresa especializada em gestão de danos na cadeia de suprimentos.
O monitoramento do transporte destas máquinas e outros componentes pode ser feito por meio de sensores que informam em tempo real caso a carga receba vibrações acima dos níveis permitidos pelos fabricantes. “Dispositivos como ShockWatch e SpotBot, desenvolvidos pela SpotSee, alertam instantaneamente sobre choques que possam comprometer a integridade dos equipamentos, permitindo ações corretivas antes que estes entrem em operação”, completa Moreira.
Segundo ele, os sensores também identificam movimentos perigosos, como excesso de vibrações ou manuseio inadequado. “Esses dispositivos são conectados à rede móvel e enviam relatórios via celular para os fabricantes sobre as condições em que seus equipamentos estão sendo transportados, em tempo real”, informa o executivo. “Além disso, um histórico de cada operação de transporte fica registrado, o que contribui para corrigir eventuais falhas nos processos logísticos e melhorar a segurança do transporte e a eficiência dos equipamentos”, conclui.