Edição especial do Anuário do Petróleo no Rio, da Firjan


Publicação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro chega à 10ª edição, destacando que a exportação do óleo cru atingiu mais de US$ 44 bilhões e superou a soja como principal produto exportado pelo Brasil em 2024. Aumento da produção, das participações governamentais e de investimentos em P,D&I evidenciam a importância deste mercado para o país e o estado do Rio.

A edição comemorativa de 10 anos do Anuário do Petróleo no Rio (2016-2025), publicação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), evidencia que o aumento dos volumes produzidos no país ao longo destes anos veio acompanhado do avanço tecnológico e do aumento do porte das unidades de produção. Em 2016, as plataformas que entravam em operação tinham uma capacidade de processar uma média de 150 mil barris por dia. Já em 2022, as unidades com capacidade de 180 mil barris por dia eram frequentes nessa indústria. Agora, as mais recentes plataformas confirmadas para entrar em operação atingem 225 mil barris por dia.

Com a expansão da produção, o Brasil passou, na última década, da 10ª posição em 2015 para o 7º maior produtor de petróleo do mundo em 2024, conforme dados da ANP. Já o estado do Rio, que produzia em torno de 65% do petróleo nacional, alcançou 87%, avançando para um ambiente de produção caracterizado por águas cada vez mais profundas, reservatórios mais produtivos e um óleo de melhor qualidade. Esse crescimento fez com que a exportação de óleo cru atingisse a marca de US$ 44 bilhões, superando a soja como principal produto exportado pelo país, em 2024.

“O período que nos trouxe à 10ª edição do Anuário do Petróleo no Rio marcou uma fase de notáveis transformações, que reafirmaram a importância desse mercado para o país e o posicionamento do petróleo como um motor econômico vital para o Rio de Janeiro. O crescimento expressivo na produção e na arrecadação de participações governamentais demonstrou o potencial do setor para gerar receitas significativas, que aliadas à implementação de políticas públicas eficazes e investimentos em pesquisa e desenvolvimento, contribuíram para a expansão das capacidades produtivas deste mercado tanto para o estado fluminense quanto para o país”, afirma o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

Todo o conteúdo pode ser acessado aqui.

O presidente da federação chama atenção também para os desafios da atividade que permanecem, incluindo a necessidade de reposição de reservas e a busca por soluções sustentáveis em um mundo que busca ser cada vez mais eficiente em carbono. “Além disso, a dependência de importações de combustíveis precisa ser abordada com urgência, a fim de mitigar a exposição do estado nesse segmento e reduzir a vulnerabilidade econômica”, diz.

“Esta edição comemorativa celebra 10 anos de excelência na análise, na divulgação e no acompanhamento de um mercado que, muito mais que números, traduz histórias de parcerias estratégicas, avanços tecnológicos e contribuições decisivas para a economia regional e nacional. Lançado em 2016, o Anuário tem como objetivo central fornecer informações qualificadas sobre o mercado de petróleo, permitindo às empresas pautarem suas decisões de investimentos e basear a composição de seus planos de negócios”, explica a gerente geral de Petróleo, Gás, Energias e Naval da Firjan, Karine Fragoso.

Presidente da Petrobras, Magda Chambriard destacou a a grandeza do petróleo para o estado do Rio de Janeiro, que produz cerca de 85% da produção nacional e recebeu, em 2024, R$ 6,5 bilhões em tributos pagos pela companhia. “Nos orgulhamos de produzir petróleo, não temos vergonha. O petróleo é hoje o primeiro produto de exportação brasileira, é a mola propulsora do desenvolvimento do estado do Rio de Janeiro”, afirmou Magda, citando também a importância do Programa Autonomia e Renda Petrobras de formação de mão de obra e executado pela Firjan SENAI SESI.

O diretor de operações da PRIO, Francilmar Fernandes, ressaltou que, nesses últimos 10 anos, o mercado avançou bastante e o país passou por uma grande revolução na área de óleo e gás, vencendo obstáculos e grandes barreiras, mas, quando se olha para o futuro, há muito mais a ser feito. “O petróleo do futuro é baseado em competitividade e sustentabilidade do ponto de vista econômico e ambiental. Essa competitividade ajuda toda a indústria de óleo e gás, abraçada pela estrutura da Firjan, e puxada pelas operadoras para destravar projetos e conseguir colocar em campo os projetos para produzir com mais eficiência, com melhor sustentabilidade e que continuemos crescendo todos”, enfatizou Fernandes.

Apesar do crescimento da produção ao longo do período, a publicação chama atenção também para as análises que avaliam o futuro da produção de petróleo no país. O documento alerta para a queda de 10 anos do fator de Reserva sobre Produção, que caiu, de 23 anos em 2014, para 13 anos em 2024, no caso do Rio, se igualando ao fator do Brasil, por exemplo.

“A evolução desse fator explicita a importância de encontrarmos soluções para agregarmos mais reservas e revertemos as perspectivas de queda da produção a partir da próxima década. Para isso, são necessárias ações para viabilizarmos a exploração de novas áreas, a extensão da vida útil de campos maduros e marginais, assim como a comercialidade de produção de certas áreas que hoje não possuem lógica econômica dentro do Pré-sal”, afirma Karine Fragoso.

A publicação especial celebra a trajetória da atuação da Firjan e do mercado de petróleo no Rio de Janeiro e Brasil nos últimos 10 anos, oferecendo uma análise dedicada à evolução do mercado de petróleo nessa última década nos segmentos de exploração e produção, abastecimento, tecnologia e reflexos socioeconômicos.

Heloisa Borges, diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), reconheceu o valor de dados e informações para a construção do futuro do país e a força de um mercado que segue sendo essencial para o desenvolvimento energético do país e do mundo. “Em todos os cenários de longo prazo o petróleo aparece. Não há visões de futuro possíveis onde os hidrocarbonetos não estejam presentes movimentando a economia brasileira e mundial. Mesmo com o avanço da transição energética, mesmo os cenários mais ambiciosos, a gente ainda vai precisar dele. A transição não significa uma substituição imediata, mas uma transformação”, avaliou a diretora da EPE. 

Já o secretário de Estado de Energia e Economia do Mar do estado do Rio, Cassio Coelho, ressaltou que, quando se fala em energias no Brasil, é inevitável olhar para o Rio de Janeiro. “Como país, estamos entre os 10 maiores de petróleo e gás e, se fôssemos um país, o Rio de Janeiro seria hoje o décimo maior produtor de petróleo do mundo. E, por causa da dimensão desse mercado, é natural vermos planos de investimento robustos, como é o caso do plano estratégico da Petrobras, 2025-2029, onde estão previstos investimentos na ordem de US$ 111 bilhões, dos quais parcela relevante desse investimento será destinada à exploração e produção de petróleo e gás natural em águas fluminenses”, citou o secretário. 

Após destacar que a PPSA deve arrecadar R$ 17 bilhões para os cofres públicos este ano, e cerca de R$ 25 bilhões no ano que vem, Luis Fernando Paroli, diretor-presidente da Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), convidou a indústria a participar do leilão da empresa de venda de óleo da União no próximo dia 26/6.

Análises do mercado

Com um conteúdo robusto, a publicação conta com projeções e análises da federação, editorial do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, assinado pelo vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. Além disso, a publicação conta com a visão de importantes parceiros e players do mercado, apresentada por meio de artigos da Petrobras, PRIO, Equinor, PPSA, EPE, ANP e Rystad Energy.

Com 106 páginas, o estudo traz ainda tabelas e mapas ilustrativos, um Sumário Executivo nas versões português e inglês, um Painel Dinâmico dedicado e atualizado, apresentando os principais dados do mercado. Um outro Painel complementar destaca as participações governamentais associadas à produção de óleo e gás.

Na visão de futuro, a 10ª edição do Anuário apresenta um Rio de Janeiro que se mantém como protagonista na produção de petróleo nacional, mas que deve focar em ser ainda mais resiliente em encontrar respostas para a questão central: qual o futuro do petróleo e o petróleo do futuro? Como desdobramento, como serão trabalhados os impactos dessa grande indústria e mercado no Rio de Janeiro e no país.

O documento ressalta que, puxado pela combinação perfeita de crescimento de todas as variáveis que impactam a arrecadação – produção, preço do barril e câmbio -, as participações especiais do estado do Rio cresceram mais de 300% no período, chegando a R$ 12,6 bilhões. Já os royalties fluminenses aumentaram mais de 400%, atingindo a cifra de R$ 11,6 bilhões. A trajetória de expansão ao longo da última década reforça a relevância estratégica do estado na produção nacional de petróleo.

Este avanço, é acompanhado pelo investimento em tecnologias, e pode ser observado pela análise da Cláusula de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I), da ANP. Em 2016, as obrigações de investimentos somavam pouco mais de R$ 900 milhões. Em 2024, ultrapassaram R$ 4 bilhões anuais, totalizando – nesse período – R$ 23 bilhões em obrigações.

Dos projetos iniciados e divulgados pela agência, mais de 70% são investimentos focados nas áreas de exploração e produção, que contribuíram para consolidar o país como líder global dessa atividade em águas profundas e ultraprofundas. Os números seguem crescendo a cada ano, dando destaque para o investimento da indústria de petróleo em energias renováveis e descarbonização, que conquistaram R$ 1,05 bilhão dos recursos em P,D&I em 2024, em comparação aos R$ 22 milhões em 2016.

Já a segurança do abastecimento foi analisada como o desafio da década, com a política de paridade de preço internacional, balança comercial e divergências entre parque de refino e consumo interno. Ao longo desses dez anos não foi observado aumento significativo do parque de refino, em especial no estado do Rio de Janeiro. No entanto, a expansão do consumo de combustíveis foi de 13%.

Por outro lado, foi registrada a melhoria operacional das refinarias, que alcançaram recordes de taxa de utilização passando da casa de 70% para 85% em 2024, com novos investimentos sendo anunciados. O destaque vai, entretanto, para o crescimento do óleo importado no total refinado no Brasil, ressaltando a dependência externa já apontada no Anuário de 2016. Mas, isso, ainda em função das características do parque de refino nacional que data da década de 1980.

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