Ética na Inteligência Artificial faz parte da agenda empresarial


Quase nove em cada dez executivos afirmam que os negócios precisam se concentrar muito mais nas implicações éticas da inteligência artificial e na forma como sua utilização pode impactar aspectos centrais das nossas vidas, como a privacidade

A inteligência artificial foi um dos principais assuntos do estudo CEO Outlook Pulse, produzido pela EY, que entrevistou 50 CEOs de empresas inseridas no mercado brasileiro. A maioria (88%) concordou fortemente ou em alguma medida com a afirmação de que a comunidade de negócios precisa se concentrar muito mais nas implicações éticas da inteligência artificial e na forma como sua utilização pode impactar áreas centrais das nossas vidas, como a privacidade. Ao mesmo tempo, 86% deram o mesmo retorno em relação à afirmação de que a IA é uma força para o bem, impulsionando a eficiência dos negócios e criando resultados positivos para todos, como inovações em tratamentos de saúde. O recorte brasileiro faz parte de um estudo abrangente, que contou com a participação de 1,2 mil CEOs de organizações de todo o mundo com receita superior a US$ 1 bilhão no último ano fiscal.

“A análise dessas duas respostas demonstra que os negócios reconhecem a relevância da IA para a economia, como ganho de produtividade, e, consequentemente, para a sociedade desde que esses sistemas sejam usados de acordo com as melhores práticas internacionais, com observância, portanto, dos preceitos éticos”, diz Leandro Berbert, sócio de Estratégia e Transações da EY Brasil. “A ética passa pelo respeito à privacidade dos cidadãos, atendendo às exigências da legislação já existente, como LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), além da Constituição Federal, e daquelas leis que virão, como o Marco Legal da IA em tramitação no Congresso Nacional”.

Os respondentes analisaram ainda outras três afirmações apresentadas pelo estudo. Sobre o impacto da IA na substituição da força de trabalho humana sendo compensado pelas novas funções e oportunidades de carreira trazidas pela própria tecnologia, 84% concordaram fortemente ou em alguma medida com essa lógica. Para “precisamos fazer mais para mitigar aqueles que usam a IA de forma prejudicial, como ataques cibernéticos e propagação de fake news ou desinformação, 76% tiveram a mesma reação, com a diferença na porcentagem de neutros, bem mais elevada, de 20% no total. Por fim, para a afirmação “ainda não estamos fazendo o suficiente para lidar com as consequências não intencionais da IA que podem resultar em implicações significativas para os negócios e a sociedade”, 80% concordaram fortemente ou em alguma medida.

O levantamento buscou, ainda, mensurar a utilização efetiva da inteligência artificial pelas empresas. Ainda em relação à amostra brasileira, 52% disseram que já integraram totalmente a criação de produtos e serviços impulsionados pela IA ao processo de alocação de capital e que estão investindo ativamente na inovação baseada em inteligência artificial. Ao mesmo tempo, 36% disseram que não fizeram investimento significativo até o momento em IA, mas planejam fazer nos próximos 12 meses. Por fim, 12% não pretendem fazer investimento significativo em inovação de produtos e serviços baseada em IA.

“Aspecto interessante levantado pelo estudo diz respeito ao uso de IA nos processos de transação, como desinvestimentos e fusões e aquisições. Quase metade disse que já está usando inicialmente, com projetos pilotos. Outros 26% afirmaram que já fazem uso significativo nos principais elementos desses processos, como na etapa de due diligence dos M&As. E 24% disseram que ainda não usam, mas estão avaliando soluções nesse sentido. Ou seja, praticamente toda a amostra brasileira já reconheceu a relevância da IA em M&A e desinvestimento”, finaliza Berbert.

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