O relatório Global Resource Outlook, da ONU, prevê que a extração mundial de matérias-primas vai aumentar 60% até 2060 – o que pode agravar enormemente as alterações climáticas.
A extração de recursos naturais, estimulada em parte pela transição energética, é responsável por 60% da atividade de aquecimento global, incluindo alterações na utilização dos solos, e por 40% da poluição atmosférica. Mais de 90% da escassez global de água e da perda de biodiversidade relacionada com a terra também é causada pelo setor mineiro.
Foi feita uma apresentação aos ministros da UE, no fim de janeiro, onde afirmou-se que a extração de recursos naturais aumentou 400% desde 1970, devido à industrialização, à urbanização e ao crescimento populacional.
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E números mais altos significam impactos maiores. Em essência, não existem mais espaços seguros na Terra. Se essas tendências continuarem, os eventos climáticos extremos vão se tornar muito mais frequentes e isso terá custos financeiros e humanos cada vez mais graves.
Os veículos eléctricos (VE), por exemplo, utilizam quase dez vezes mais matérias-primas críticas do que os automóveis com motor de combustão interna. À medida que o investimento global e a utilização de VE aumentam, em linha com os planos nacionais e internacionais de emissões líquidas zero, espera-se que a mineração dos minerais necessários para baterias e outros componentes aumente seis vezes nos próximos 15 anos.
Apesar da mineração intensiva em carbono, necessária para satisfazer a procura de minerais de transição energética, a investigação conclui que, em geral, a utilização de VE ainda é muito menos poluente do que a utilização de veículos movidos a combustíveis fósseis.
O relatório vai propor ações para reduzir a extração e o consumo globais de matérias-primas críticas. Espera-se que isso tenha impacto no desenvolvimento de tecnologias de energia limpa, que normalmente requerem grandes quantidades de minerais críticos.