O segmento de mercado submarino, que inclui sistemas de produção e processamento, como risers e flowlines umbilicais submarinos (SURF), árvores, cabeças de poço, coletores e outros componentes, está pronto para experimentar um influxo significativo de capital. Impulsionada pelo aumento das despesas do operador em equipamentos e serviços de instalação, a Rystad Energy projeta uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 10% de 2024 a 2027, com gastos totais previstos para exceder US$ 42 bilhões até o final deste período.
A atividade tem sido particularmente robusta em regiões como América do Sul e Europa, onde grandes projetos estão fazendo progressos significativos e atraindo novos investimentos. O Brasil continua sendo um ponto focal devido às suas vastas reservas de pré-sal, gerando forte demanda por equipamentos submarinos e SURF. As despesas previstas no Brasil devem aumentar 18% em relação ao ano anterior, para US$ 6 bilhões em 2024. Enquanto isso, na Europa, a Noruega está vivenciando um ressurgimento na atividade, alimentada por condições favoráveis de mercado e avanços tecnológicos, como a Subsea Hydraulic Power Unit, que é econômica e substitui 100 toneladas de equipamentos de convés, e a SWIFT™, uma ferramenta de suspensão de tubos operada remotamente que permite operações sem umbilicais, reduzindo a necessidade de equipamentos pesados na parte superior.
Espera-se que os gastos acumulados atinjam US$ 32 bilhões até o final de 2024, representando um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior. Esse crescimento é impulsionado por uma forte atividade em serviços, equipamentos e SURF, amplamente alimentado por investimentos significativos em projetos de águas profundas e ultra profundas.
O setor submarino também está se expandindo além das aplicações tradicionais de petróleo e gás. O impulso para captura e armazenamento de carbono (CCS) está criando novas oportunidades para fornecedores e estimulando a pesquisa e o desenvolvimento neste mercado emergente. Consequentemente, os fornecedores estão liderando o caminho no desenvolvimento de sistemas de produção submarinos mais eficientes, que devem ter uma adoção mais ampla.
“O mercado submarino se recuperou fortemente dos impactos da Covid-19, que causou uma queda significativa de 20% nas despesas em 2020. Em 2021, a indústria começou a se recuperar, com os gastos aumentando em 5% para atingir US$ 23 bilhões. Olhando para o futuro, prevemos um crescimento constante no setor submarino, alimentado por avanços na exploração em águas profundas e captura e armazenamento de carbono (CCS). Essa recuperação destaca a resiliência da indústria e sugere uma trajetória promissora consistente”, diz Sanwari Mahajan, Analista, Pesquisa de Cadeia de Suprimentos, Rystad Energy
Os desenvolvimentos em águas profundas devem dominar o setor, respondendo por 45% do mercado de 2024 a 2028. Projetos greenfield significativos incluem Barracuda Revitalization no Brasil, Johan Castberg e Breidablikk na Noruega e Golfinho em Moçambique. Principais iniciativas brownfield incluem Balder Future, Gullfaks South e Schiehallion na Noruega e no Reino Unido.
Projetos de águas ultra profundas, impulsionados por grandes iniciativas de produção, armazenamento e descarga flutuantes (FPSO) no Brasil e na Guiana, devem capturar 35% do mercado. Espera-se que a América do Sul lidere globalmente com 500 instalações de árvores submarinas nos próximos cinco anos. Os próximos projetos greenfield de águas ultra profundas (além de 1.500 metros) incluem Yellowtail, Tilapia e Redtail na Guiana, juntamente com Buzios VIII, Buzios IX, Sepia e Atapu no Brasil. Projetos brownfield notáveis são Trion no México, Egina na Nigéria e Argos (Mad Dog Fase 2) nos EUA.
O setor submarino fez avanços notáveis desde 2022 em meio a mais atividades de sanção para desenvolvimentos em águas profundas e ultra profundas. Somente naquele ano, os projetos em águas profundas tiveram gastos de US$ 12 bilhões, com a Europa contribuindo com 28% desse total. Entre 2020 e 2023, a Noruega liderou globalmente ao instalar 200 árvores submarinas de um total de 600 colocadas em águas profundas (variando de 125 a 1.500 metros). Durante o mesmo período, a Noruega também instalou 1.400 quilômetros de SURF em águas profundas, superando os 1.200 quilômetros do Brasil.
Em 2024, espera-se que as operações expandidas da ExxonMobil aumentem significativamente as instalações de árvores submarinas. Após a Equinor, que instalou 17% do total de árvores submarinas este ano, a ExxonMobil deve contribuir com 12%, com foco principal na Guiana. Esse aumento é impulsionado por grandes projetos como Yellowtail, Redtail e Payara, ressaltando a crescente proeminência da Guiana no setor submarino em meio a sanções mais severas e uma mudança em direção a operações mais sustentáveis e eficientes.
No setor SURF, as instalações globais devem atingir 3.500 quilômetros em 2024. O Brasil deve ser responsável por 22% desse total, enquanto os EUA e Angola devem contribuir com 15% e 10%, respectivamente. A taxa de instalação deve crescer a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 15% de 2024 a 2028, com Brasil, Noruega, EUA, Reino Unido e Angola sendo os principais mercados.
Olhando para os fornecedores e operadores prontos para moldar o mercado nos próximos anos, a TechnipFMC deve fornecer cerca de 400 árvores submarinas entre 2024 e 2029. Desse total, 35% são estimados para os desenvolvimentos da ExxonMobil na Guiana e 22% para a Petrobras no Brasil. Simultaneamente, a OneSubsea deve fornecer cerca de 270 árvores no mesmo período, com cerca de 40% projetados para o Brasil. A Aker Solutions (agora OneSubsea) deve fornecer 150 árvores, com 80% destinados à Noruega.
A Petrobras continua sendo uma operadora dominante, particularmente na América do Sul, onde investiu pesadamente em desenvolvimentos do pré-sal; na Europa, a Equinor e a Aker BP são notáveis por seus extensos portfólios submarinos, com projetos de tieback significativos na Plataforma Continental Norueguesa ressaltando sua importância estratégica. Nos EUA, a Shell e a BP lideram com investimentos substanciais em exploração e produção em águas profundas e ultra profundas; e a TotalEnergies detém uma posição forte na África, especialmente em Angola e Nigéria.