IBP participa do World Oil Outlook da OPEP com análise sobre o setor de óleo e gás no Brasil


O IBP participou do evento de lançamento do World Oil Outlook 2050, estudo anual da OPEP, que mostra tendências no setor energético. O material foi apresentado durante o 9º Seminário Internacional da OPEP, em Viena, na Áustria.

O documento reafirma a posição do Brasil como uma potência energética global, destacando-se por uma matriz diversificada que equilibra a significativa produção de petróleo e gás com um compromisso crescente com fontes renováveis. A análise do papel do Brasil no cenário energético mundial fez parte de um capítulo produzido pela Área de Análises Técnicas do IBP – Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás.

Com a presidência do G20 em 2024 e a organização da COP30 em Belém, no Pará, neste ano, o Brasil assume um papel central nas discussões sobre segurança energética, desenvolvimento sustentável e transição para uma economia de baixo carbono. É importante ressaltar também que a indústria do petróleo e gás é um pilar fundamental da economia brasileira, respondendo por 17,2% do PIB industrial e sustentando 1,6 milhão de empregos. Em 2024, o petróleo se destacou como a principal exportação do país, totalizando US$ 44,8 bilhões e representando 13,3% da receita total de exportação.

A produção total de líquidos quase dobrou entre 2010 e 2024, atingindo 4,2 milhões de barris por dia (mb/d) em 2024, com projeção de pico em cerca de 5,8 mb/d no final da década de 2030. A descoberta de campos do pré-sal, que cobrem uma área de 149.000 km² na costa brasileira, posicionou o Brasil entre os maiores detentores de reservas do mundo.  “Somado ao grande potencial de produção de óleo e gás, indicador estratégico para a segurança energética, o país se posiciona como um player global nas discussões sobre política energética. A participação do IBP nesse relatório é mais uma prova da relevância do país no cenário internacional de energia”, destaca Roberto Ardenghy, presidente do IBP.

Além disso, o Brasil é um líder global em energia renovável, com 49% de sua oferta de energia primária e quase 90% de sua eletricidade provenientes de fontes renováveis, como hidrelétrica, biomassa, solar e eólica, superando amplamente a média global. A demanda de energia primária no país deve crescer de 6,5 mboe/d para 9,8 mboe/d entre 2024 e 2050, impulsionada pelo desenvolvimento econômico e a urbanização.

O capítulo Brasil, elaborado pelos pesquisadores Aldren Vernersbach, Leonardo Lima, Vinícius Daudt, William Vitto, Julia Frauches e Juliana Barreto, mostra ainda que a biomassa já é um componente consolidado na matriz energética brasileira e deve crescer 25% até 2050, enquanto a categoria de “outras renováveis”, composta principalmente por energia solar e eólica, deve experimentar um aumento impressionante de 317% no mesmo período. A Lei Combustível do Futuro, aprovada em 2024, é uma iniciativa legislativa chave para impulsionar a descarbonização da mobilidade no país, integrando políticas existentes e introduzindo novos biocombustíveis como SAF e diesel verde (HVO).

O Brasil também está avançando no desenvolvimento e regulamentação de tecnologias de Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono (CCUS), com um potencial de captura de CO2 de aproximadamente 190 MTPAs (milhões de toneladas por ano). As operações de injeção de CO2 nos campos do pré-sal da Bacia de Santos, lideradas pela Petrobras, são a segunda maior operação desse tipo no mundo. “O relatório ressaltou que o Brasil pode liderar o processo de evolução energética no mundo e o setor de óleo e gás é um pilar importante desse processo”, concluiu a Gerente de Análises Técnicas do IBP, Isabella Costa”.

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