Mega mural em São Paulo denuncia bilionários que lucram com a destruição de florestas no Brasil

@Foto:RicardoYamamoto/Divulgação

O artivista Mundano pintou um dos maiores murais da cidade de São Paulo, cobrando o fim da aquisição de produtos oriundos do desmatamento. Com 1.581,60m², o mega mural fica em um prédio cuja lateral é voltada para a avenida Brigadeiro Luís Antônio, a duas quadras da avenida Paulista, com ampla visibilidade. A imagem foi pintada com cinzas da floresta amazônica, do Cerrado, da Mata Atlântica e do Pantanal, que estão sendo destruídos para abrir espaço para lavouras de soja que vendem sua produção à Cargill.

A produção da obra inclui também lama de cidades do Rio Grande do Sul devastadas pelas inundações que foram comprovadamente agravadas pela mudança do clima, que é acelerada pela destruição ambiental promovida pelo grande agronegócio. A obra retrata a indígena Alessandra Munduruku cobrando a realização de promessas feitas para eliminar produtos oriundos de desmatamento até 2025.

Esta promessa foi feita pela família Cargill-MacMillan e é a mais recente de uma série de compromissos não cumpridos. A ativista cobra porque a Cargill continua adquirindo produtos de áreas desmatadas e apoia o megaprojeto Ferrogrão, uma ferrovia de quase 1.000km no meio da Amazônia para ampliar a produção e exportação de grãos pelo rio Tapajós, afetando unidades de conservação, terras indígenas e comunidades locais que sequer foram consultadas. Segundo relatório dos ativistas, o Ferrogrão aprofundaria violações em curso em uma região onde a Cargill já opera, tendo construído seu terminal graneleiro sobre um cemitério indígena em Santarém (PA). No ano passado, a empresa foi até denunciada à OCDE por falhas na verificação da legalidade ambiental da soja brasileira que ela adquire.

O mural, um dos maiores de São Paulo, foi executado em parceria com a Campanha Burning Legacy da Stand.earth.

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