Durante a 17ª Cúpula do BRICS, o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), presidido por Dilma Rousseff, anunciou a aprovação de 29 projetos no Brasil. Os investimentos contemplam áreas centrais para o desenvolvimento do país — como energia, saúde, logística e tecnologia.
Dos US$ 6,3 bilhões aprovados, cerca de US$ 4 bilhões já foram desembolsados. Os projetos estão alinhados às prioridades estratégicas do banco: apoiar países emergentes em projetos estratégicos. O Brasil é o maior beneficiário individual dos recursos entre os países membros
Entre os principais projetos, está a construção de uma nova linha de transmissão no Nordeste. Além disso, a modernização da rede elétrica da CPFL recebeu US$ 200 milhões, sendo o primeiro financiamento do banco em moeda chinesa (yuan), fortalecendo a cooperação sino-brasileira.
Outro destaque é a construção de hospitais inteligentes em São Paulo, integrando inteligência artificial, telemedicina e automação hospitalar. O banco também apoia iniciativas voltadas à digitalização, como redes 5G, centros de dados e pesquisas em inteligência artificial.
financiamento à expansão de fontes renováveis também está no centro da estratégia. Projetos solares e eólicos receberam aval do banco, com ênfase em inovação tecnológica para armazenamento de energia. Isso se insere na meta de transição energética para energias renováveis.
mbora com menos visibilidade, projetos de saneamento básico, habitação social e transporte urbano também integram o pacote de investimentos. São áreas com alto impacto social e histórico déficit no país. O objetivo é melhorar a infraestrutura e combater desigualdades regionais.
A presidente do NDB, Dilma Rousseff, voltou a defender o uso de moedas locais em financiamentos realizados nos países do Brics, como uma forma mais vantajosa de promover o desenvolvimento sustentável desses países.
“Nós sabemos que os países em desenvolvimento e as economias emergentes têm uma deficiência de acesso ao financiamento. Plataformas como o NDB e os bancos nacionais de desenvolvimento, eles suprem isto em parte, mas é necessária uma discussão muito séria no mundo a respeito de como resolver o problema do financiamento. Uma das soluções mais promissoras envolve a ampliação do uso de moedas locais nos financiamentos realizados por bancos multilaterais, porque você obterá uma taxa de juros menor”, defendeu Dilma, em participação do seminário A Transição Energética e a Sustentabilidade do Futuro, na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.
“O que acontece muitas vezes é que o acesso à moeda internacional é considerado não adequado para financiamento de longo prazo, porque durante 30 anos, por exemplo, para uma hidroelétrica, ou 20 anos para o financiamento de outras fontes de energia, você terá o risco crescente de ter situações que você não controla”, explicou Dilma. Então o uso de moedas locais em vez do dólar ou do euro em empréstimos, de acordo com ela, traz maior segurança e menos oscilação dos preços, ajudando os países a pagarem com maior facilidade as dívidas.

