Relatório analisa como a IA está transformando o mercado de trabalho


Quando a Inteligência Artificial chega ao ambiente de trabalho, surgem novos desafios para a proteção de direitos. No Brasil e no mundo, cresce o uso de sistemas automatizados para monitorar desempenho, gerenciar produtividade e até auxiliar em processos de contratação. Sem regras claras de transparência, essas práticas podem gerar decisões injustas e aprofundar desigualdades.

Lançado no dia 02 de outubro, o Plano de Ação IAí? Construindo Oportunidades para Todos no Mercado de Trabalho, desenvolvido pelo ITS Rio em parceria com a Fundação Arymax e a Fundação Grupo Volkswagen, aponta que inserir princípios de transparência algorítmica e revisão humana no mercado de trabalho é uma dentre outras medidas para garantir uma transição tecnológica justa.

O projeto IAí? Construindo Oportunidades para Todos no Mercado de Trabalho investiga como a inteligência artificial está transformando o mercado de trabalho e propõe estratégias para garantir que ninguém fique para trás. A iniciativa combina pesquisa, diálogo com especialistas e políticas públicas, além de recomendações práticas para trabalhadores, empresas e governos.

O primeiro estudo do projeto mostrou que os impactos da IA são desiguais: tecnologias de automação tendem a afetar trabalhadores de baixa qualificação, enquanto ferramentas de apoio favorecem profissionais mais escolarizados e com maior renda. No Brasil, essa desigualdade se agrava pela falta de infraestrutura digital, baixa difusão de habilidades digitais e pela dependência de micro e pequenas empresas, que concentram a criação de empregos, mas têm pouca capacidade de investir em IA.

A partir desses achados, o projeto lança agora o Plano de Ação, que reúne recomendações concretas para transformar a IA em aliada da inclusão produtiva no país. O relatório destaca medidas prioritárias como capacitação contínua, ampliação da conectividade, proteção de direitos no ambiente de trabalho e apoio à adoção tecnológica por pequenas empresas, de forma a aproveitar o potencial da IA para elevar a produtividade e criar novas formas de inserção laboral.

Um avanço destacado pelo estudo é o sandbox regulatório da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que testará mecanismos de explicabilidade e auditoria de algoritmos que tratam dados pessoais até 2026. O desafio, segundo o Plano, é garantir que o recorte trabalhista esteja incluído, especialmente em plataformas digitais e setores que utilizam monitoramento automatizado em larga escala.

O documento também recomenda que sindicatos e associações de trabalhadores sejam incluídos na elaboração de regras sobre IA no trabalho, fortalecendo o diálogo social e ampliando a transparência das decisões automatizadas.

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