O Serviço Geológico do Brasil (SGB) participou (28/5) do Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos (SIMCE), promovido pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), em Brasília. O evento reuniu autoridades, especialistas, pesquisadores, representantes da indústria e da sociedade civil para discutir o papel dos minerais críticos e estratégicos (MCE) na transição energética global e na promoção de uma mineração mais sustentável.
O seminário também marcou o lançamento do Green Paper, documento propositivo que sugere a inserção da pauta dos MCEs nas negociações da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, prevista para ocorrer este ano, em Belém (PA). A iniciativa busca alinhar a agenda mineral brasileira com os compromissos climáticos internacionais e fomentar políticas públicas voltadas à transição energética justa.

Representando o SGB no evento, o diretor de Geologia e Recursos Minerais (DGM), Valdir Silveira, destacou a importância de fomentar, além da indústria mineral já consolidada, iniciativas que ampliem o conhecimento geocientífico e incentivem a pesquisa mineral no país. “O Serviço Geológico do Brasil está presente neste seminário promovido pelo IBRAM, que é muito importante para o setor. O IBRAM representa a indústria já estabelecida, mas precisamos também alavancar ideias como essa para o setor de exploração e pesquisa”, afirmou.
A pesquisadora em geociências do SGB, Lucy Takehara Chemale, participou do Painel 4, que tratou das bases para políticas públicas em minerais críticos e estratégicos. Durante sua apresentação, ela mostrou como os dados produzidos pelo SGB – mapas geológicos, levantamentos aerogeofísicos e análises geoquímicas – são essenciais para identificar áreas com maior ou menor conhecimento geológico. “O índice de conhecimento geocientífico (somatório de todos os dados geocientíficos disponíveis pelo SGB) no país é heterogêneo e revela, por exemplo, que regiões com mais dados são também as mais requeridas para exploração de terras raras. Isso mostra o valor do nosso trabalho para orientar investimentos estratégicos”, explicou.
Lucy também destacou o papel do PlanGEO, ferramenta que orienta os mapeamentos futuros, e que atualmente está com consulta pública de Pesquisa de Recursos Minerais aberta.

Durante um painel que tratou da inserção dos minerais críticos na agenda climática internacional, o diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral do Ministério de Minas e Energia, Rodrigo Toledo Cabral Cota, ressaltou a importância do debate promovido pelo IBRAM. “A transição energética é uma questão de sobrevivência dos seres humanos. Este tipo de discussão ajuda a orientar adequadamente a tomada de decisões políticas, não apenas no Brasil, mas também em fóruns internacionais”, afirmou.
Outros representantes do setor também enfatizaram o papel das parcerias no avanço da agenda dos MCEs. Para Marcos Gonçalves, presidente do Conselho Deliberativo da ADIMB, “a chave para avançar nesse campo é a colaboração; entre órgãos públicos, entre públicos e privados, e também entre os próprios entes privados”.


Mauro Henrique Moreira Sousa, diretor geral da Agência Nacional de Mineração (ANM), completou: “Precisamos debater e encontrar caminhos para uma mineração que proporcione qualidade de vida, sustentabilidade e desenvolvimento. Os minerais críticos e estratégicos são centrais nesse processo”.
A atuação do SGB ao longo do seminário reforça o compromisso da instituição com o desenvolvimento sustentável, a produção de conhecimento técnico qualificado e o apoio à formulação de políticas públicas baseadas em evidências. “Nosso papel é gerar os dados que embasam decisões estratégicas, tanto no setor público quanto privado. Participar de debates como este fortalece nossa missão”, concluiu Valdir Silveira.