Especialista em vestimentas da DuPont, multinacional líder em tecnologia de materiais, destaca a necessidade de soluções específicas para riscos combinados, alertando sobre os perigos das soluções improvisadas.
Os riscos combinados representam uma grande ameaça aos profissionais da indústria. Diferente dos responsáveis pela segurança do trabalho, os trabalhadores não sabem identificar quais perigos correm e também possuem uma baixa conscientização sobre como se proteger. Muitas vezes, a escolha pode representar uma ameaça adicional à sua saúde e segurança.
“É um dilema enfrentado diariamente nas empresas. Quando há um risco combinado, EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) específicos são necessários para o anteparo adequado. Não priorizar a segurança correta pode trazer riscos significativos, tendo em vista que esses incidentes ocorrem com mais frequência do que se imagina”, afirma Priscila Akiti, especialista técnica da América Latina de Tyvek® Garments da DuPont.
Ela explica que a sobreposição inadequada de dois EPIs não é uma saída recomendável, pois, por exemplo, se a vestimenta de proteção química estiver por cima de uma térmica, o EPI químico derrete, impregnando no tecido da vestimenta de proteção térmica, e o fogo não se apaga. Já com o EPI químico por baixo, o EPI térmico pode apagar as chamas, mas a transferência de temperatura pode derreter o EPI químico, levando a risco de queimaduras.
“É essencial compreender as nuances de cada situação a fim de garantir a salvaguarda adequada. Investir tempo e recursos na compreensão e implementação das medidas adequadas de segurança é o melhor caminho. Afinal, conhecimento é a chave para proteger vidas e evitar acidentes”, diz Akiti.
Um exemplo ilustrativo de riscos combinados é quando uma indústria programa uma manutenção preventiva em uma de suas esteiras de produção, envolvendo o uso de produtos como óleo e graxa. Neste caso, há riscos térmico (pelas faíscas do equipamento) e químico (devido a óleos ou graxas).
“Vamos supor que o trabalhador esteja usando de forma inadequada uma vestimenta de proteção térmica por cima da química. Se outras esteiras ou máquinas estiverem operando nas proximidades, uma faísca pode surgir e atingir o trabalhador em manutenção. Se os óleos ou graxas presentes no EPI entrarem em combustão, a vestimenta de proteção química pode derreter em contato direto com a pele do usuário, causando danos ainda mais graves”, conta a especialista.
Entre os EPIs específicos aos riscos combinados, destacam-se o Tychem® 2000 SFR (Secondary Flame Resistant foto), e o ProShield® 20 SFR. “Ambos recebem um tratamento secundário antichamas, garantindo a segurança do usuário em caso de fogo repentino. Enquanto o Tychem® também possui a proteção química, o ProShield® evita a sujidade e protege de respingos leves”, declara a técnica da DuPont.