A Climatempo, a maior e mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo do Brasil e da América Latina, firmou contrato com a ARGO Energia para fornecer uma solução de inteligência de dados meteorológicos com seis sensores, ou estações meteorológicas, em campo que irá monitorar as microrregiões das linhas de transmissão Samuel – Ariquemes e Ariquemes – Ji-Paraná, em Rondônia, e estará em operação até maio de 2025. Uma das principais empresas de transmissão de energia e que faz parte do SIN (Sistema Interligado Nacional), a ARGO é uma das primeiras transmissoras a contar com este tipo de inteligência para monitorar suas operações e ativos.


“Contar com dados precisos, informações históricas e análises da ocorrência de eventos meteorológicos relevantes, como a incidência de ventos extremos e chuvas ao longo das linhas de transmissão, nos permitirá determinar, de forma precisa, as causas de eventuais interrupções no fornecimento de energia”, afirma o engenheiro de Linhas de Transmissão da ARGO Energia, Fernando Diniz. “Toda essa inteligência de dados meteorológicos possibilitará, ainda, aperfeiçoar as operações, definir estratégias que necessariamente devem levar a alterações significativas das especificações técnicas no sentido de tornar os ativos do SIN – Sistema Integrado Nacional mais resilientes frente aos novos cenários climáticos de modo a proteger esses ativos e mitigar problemas no futuro.”
De acordo com a Climatempo, o projeto inclui a instalação de três estações meteorológicas em subestações de energia da ARGO no Estado de Rondônia com conectividade para coleta dos dados por wi-fi, e outras três em torres das linhas de transmissão com conectividade via satélite, sendo duas na linha Ariquemes – Ji Paraná e uma na linha Samuel – Ariquemes. Os sensores irão proporcionar uma cobertura meteorológica completa do projeto ARGO 3, que compreende as duas linhas, com 165 km e 145 km de extensão, respectivamente.

“Em um contexto de ocorrência de eventos climáticos cada vez mais frequentes e extremos, capazes de afetar as linhas de transmissão e o fornecimento de energia, é importante contar com uma solução robusta capaz de oferecer o máximo possível de dados e análises meteorológicas para obter insights que apoiarão as decisões de resiliência energética da ARGO”, explica Luciano Ritter, Head de Energia da Climatempo.
O projeto considera a instalação e a manutenção das estações meteorológicas instaladas em campo por parte da Climatempo, bem como a integração dos dados coletados na plataforma online SMAC (Sistema de Monitoramento e Alerta da Climatempo), a qual a ARGO já utiliza, e a elaboração de análises e relatórios climáticos periódicos sobre as ocorrências nos ativos monitorados.
Por se tratar de sensores ou estações meteorológicas de alta qualidade e tecnologia avançada, que fornecem dados precisos de diversas variáveis, como a intensidade dos ventos, que é essencial para o segmento de transmissão, o projeto requer investimentos significativos.
“A proposta é prestar um serviço completo para que o nosso cliente possa realizar planejamentos de médio e longo prazos e tomar decisões ainda mais assertivas sobre os ativos, com a ajuda de dados históricos fiéis coletados em tempo real pelas estações, e armazenados em banco de dados”, observa Ritter.
Esta solução de inteligência de dados também é muito útil por disponibilizar dados regionais para a elaboração dos laudos meteorológicos, permitindo assim justificar ações que visem melhorar a confiabilidades das linhas de transmissão dessa região do país. As transmissoras são severamente penalizadas quando há desligamentos não programados. Os relatórios de análise possibilitam correlacionar a incidência de eventos climáticos extremos com a interrupção dessa disponibilidade das linhas de transmissão.
O fornecimento da solução reforça a parceria entre a ARGO Energia e a Climatempo, que já fornece relatórios e serviços para a transmissora de energia, como o estudo “Caracterização Climática e Mudanças Históricas na Densidade e Intensidade dos Raios no Entorno da Linha de Transmissão 500 kV Bacabeira-Parnaíba”, que, por sua relevância, foi apresentado, recentemente, na CIGRE Paris Session 2024, um dos principais encontros da comunidade global do setor de energia.
“Os efeitos cada vez mais frequentes e intensos das mudanças climáticas tornam fundamental o acesso a informações atualizadas e a dados históricos para que as empresas do setor de energia possam traçar estratégias de mitigação, tanto para a proteção dos ativos quanto para assegurar o fornecimento de energia ao sistema elétrico”, completa Luciano Ritter.