Usiminas divulga resultados e previsões


Os resultados do quarto trimestre e do consolidado de 2024, divulgados pela Usiminas (14/02), mostram que a produção de aço bruto da empresa no último ano foi de 3,2 milhões de toneladas, 54% superior ao de 2023 e o segundo maior nos últimos 10 anos. O volume de vendas também teve um acréscimo de 6% em 2024. Ainda assim, por conta da concorrência desleal com o aço importado, principalmente da China, e da desvalorização cambial registrada no último ano, alguns indicadores financeiros foram impactados. Mesmo com o aumento das vendas, houve redução na receita e no lucro da empresa, reflexo dos menores preços praticados no mercado, tanto interno quanto externo.

No ano passado, a Usiminas teve lucro de R$ 3 milhões, ante R$ 1,6 bilhão de 2023. No último trimestre de 2024 foi registrado prejuízo de R$ 177 milhões. O EBITDA ajustado encerrou o ano com R$ 1,6 bilhão, redução de 8% em comparação com o ano anterior (R$ 1,8 bilhão) e a margem EBITDA ajustado está em 6%, mesmo índice registrado em 2023; no 4T foram R$ 518 milhões, aumento de 22% em relação do 3T e margem de 8%, ante 6% do 3T.

“O esforço de todas as equipes gerou uma melhora nos indicadores operacionais, pois conseguimos aumentar os volumes de produção e de vendas e reduzimos os custos. Mas, a concorrência desleal do aço importado, a desvalorização do câmbio e os desafios gerados pela instabilidade no comércio internacional são pontos que afetaram diretamente nosso negócio”, detalha o presidente da Usiminas, Marcelo Chara.

A demanda aparente por aços planos no Brasil cresceu 10% em 2024, alcançando 15,7 milhões de toneladas, o maior patamar desde 2013. Mas boa parte deste crescimento foi suprido por aço importado. Após subir mais de 40% em 2023, o volume de importação de aços planos no Brasil aumentou outros 10% em 2024, alcançando 3,2 milhões de toneladas, o maior desde 2010. Como efeito de comparação, esse volume representa 83% de todo o aço comercializado no Brasil pela Usiminas em 2024. Neste contexto, Marcelo Chara reafirma a urgência da implementação de medidas efetivas de defesa comercial. “A Usiminas está preparada para atender às demandas dos seus clientes com qualidade, eficiência e, acima de tudo, segurança e compromisso com o meio ambiente. Mas as importações de produtos subsidiados impactam a perenidade da indústria brasileira, reduzem a capacidade de gerar emprego e expandir seus investimentos”.

Para o primeiro trimestre de 2025 espera-se aumento do volume de vendas no mercado interno, levando assim a um aumento no volume total de comercialização de aço e melhora no mix. Na Mineração a expectativa é de estabilidade nos volumes de venda e melhora do EBITDA. “Internamente, é preciso seguir com o foco na excelência operacional em todas as nossas operações. Estamos no caminho certo, mas devemos direcionar ainda mais esforços para atendermos nossos clientes com qualidade, eficiência e, acima de tudo, segurança. É assim que vamos conseguir enfrentar esse cenário”.

Miguel Homes, vice-presidente comercial da Usiminas, conta que ela está focada no atendimento do mercado local, entendendo a Argentina como extensão do Brasil; os projetos de óleo e gás estão crescendo na região e temos conseguido fechar o fornecimento para dutos naquele país. Homes ainda afirmou que o mercado internacional está com forte pressão sobre os preços, principalmente devido a oferta chinesa.

Os executivos da Usiminas apontam o alto nível de importação (50%) no Brasil, nos últimos dois anos, preocupante porque as medidas implantadas pelo governo para mitigar a entrada de importados não está funcionando.

“O Brasil tem baixa defesa para importações em geral. Nós poderíamos estar produzindo a capacidade total, mas uma “usiminas” entra todo ano no país em produtos de toda nossa cadeia de valor”, afirma Marcelo Chara.

Sobre o imposto de importação de 25% para o aço nos EUA, os executivos acreditam que o impacto não vai ser alto pois menos de 2% das exportações da Usiminas vão para aquele país. “E temos uma série de iniciativas com foco no aumento de competitividade para qualquer cenário de câmbio, com redução do consumo de energia e eficiência na organização do trabalho”, finaliza Chara.

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