Adeus ao criador do data center moderno


Luiz André Barroso nunca havia projetado um data center antes do Google lhe pedir para fazê-lo no início dos anos 2000 e, quando terminou, estabeleceu novas bases para o desenvolvimento da computação em nuvem no Vale do Silício.

Barroso tinha 22 anos de Google e faleceu em 16 de setembro pp. Ele construiu data centers com componentes de baixo custo e reinventou a forma de trabalhar para desenvolver o conceito de “o data center como um computador”, que agora sustenta a web, os aplicativos móveis e outros serviços da Internet.

Barroso continuou a liderar grandes projetos no Google, incluindo o desenvolvimento do  aplicativo de notificações de exposição à Covid , para o qual atuou como mediador entre equipes dentro da empresa e com parceiros externos. 

Barroso obteve o bacharelado e o mestrado em engenharia elétrica pela PUC-RJ; foi para os EUA fazer doutorado em arquitetura de computadores pela University of Southern California e trabalhou com chips na Compaq e na Digital Equipment Corporation. Entrou na Google em 2001 e três anos depois foi encarregado de reconstruir a infraestrutura da empresa. 

Barroso relatou sua filosofia em The Datacenter as a Computer , um livro de sua autoria com Urs Hölzle e Jimmy Clidaras (https://research.google/pubs/pub41606/)  que se tornou um texto seminal sobre infraestrutura de computação moderna. 

Ao personalizar quase cada centímetro dos data centers do Google e o hardware neles contido , incluindo fontes de alimentação e kits de resfriamento, a Google poderia entregar resultados, e-mails e outros serviços com mais rapidez.

Na última década, Barroso iniciou a equipe que projetou os chips de IA do Google, conhecidos como TPUs ; liderou a engenharia dos serviços “geográficos” do Google, incluindo a infusão de realidade aumentada e aprendizado de máquina no Maps; e fundou a unidade principal da Google, que gerencia software e outras ferramentas usadas em toda a empresa. Ele detinha o título de Google Fellow, o posto mais alto da empresa para equipe técnica. Em 2020, ele recebeu o prêmio Eckert Mauchly da Association for Computing Machinery e do Institute of Electrical and Electronics Engineers por suas contribuições à arquitetura de computadores.

Barroso ingressou no conselho da Stone, uma empresa de comércio eletrônico no Brasil. Também atuou em projetos ambientais como no conselho da Rainforest Trust, uma organização sem fins lucrativos para a qual organizou e liderou uma viagem de uma semana às zonas úmidas do Pantanal brasileiro. Ele também expressou preocupação com a sede de eletricidade da indústria de criptomoedas. Barroso foi patrocinador executivo do grupo de funcionários hispânicos e latinos da Google e de um programa que concede bolsas de estudo a estudantes de doutorado na América Latina.

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