A Eletrobras formalizou dois novos Memorandos de Entendimento (MoU), durante o World Hydrogen 2024, em Rotterdam. Dando continuidade aos estudos de oportunidades relacionadas à projetos de produção de hidrogênio renovável (H2R) e derivados, a Companhia assinou um MoU com a Green Energy Park (GEP) para avaliar oportunidades de produção de H2R a preços competitivos, acelerando a transição energética.
A Eletrobras também oficializou acordo com o governo do Ceará para o suprimento de energia renovável, fomento a descarbonização da economia e promoção da cadeia de produção de hidrogênio de baixo carbono em futuros projetos industriais no Estado.
“A Eletrobras segue oferecendo soluções inovadoras para o setor elétrico como forma de fomentar o processo de transição energética, visando sempre um futuro mais sustentável. Como líderes em geração e transmissão de energia elétrica no país, devemos contribuir não apenas para o aprimoramento da matriz brasileira, mas do mundo, para que as fontes sejam cada vez mais limpas e renováveis. Ao firmar essas parcerias, estamos alinhados com a estratégia de contribuir para a descarbonização da economia e a segurança energética”, afirmou o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro.
A cerimônia de assinatura contou com a presença do vice-presidente de Comercialização e Soluções em Energia da Eletrobras, Ítalo Freitas, e do vice-presidente executivo de estratégia e desenvolvimento de negócios, Elio Wolff.
A parceria entre a Eletrobras e a Green Energy Park visa contribuir para a produção de hidrogênio renovável (H2R) e derivados a preços competitivos para impulsionar a economia verde e a segurança energética, marcando o protagonismo das duas empresas nas mudanças na matriz energética brasileira e mundial.
“Estamos extremamente orgulhosos de anunciar este marco significativo na nossa jornada para construir uma coligação forte para alcançar os nossos objetivos climáticos”, destacou o CEO da Green Energy Park, Bart Biebuyck. “A eletricidade renovável é a base do nosso processo de produção de hidrogênio verde, e estamos muito satisfeitos em estabelecer a parceria com a Eletrobras, uma empresa que se destaca como ator dominante na infraestrutura energética do Brasil. Juntos, estamos ansiosos pelo impacto positivo que esta colaboração terá em nossos esforços para construir e acelerar a economia do hidrogênio verde no Brasil e em todo o mundo”, completou.
A colaboração entre a GEP e a Eletrobras combinará recursos de mais de 10 Gigawatts, disponíveis para produção de hidrogênio renovável na Eletrobras, com uma plataforma única de produção de hidrogênio e derivados, projetada e implementada pela Green Energy Park.
O memorando assinado entre a Eletrobras e o governo do Ceará tem como objetivo o desenvolvimento de projetos de transição energética, de descarbonização da economia e de fomento ao hub de hidrogênio de baixo carbono no Estado, estimulando a cadeia de produção na região.
O acordo prevê o fornecimento de energia renovável e de hidrogênio verde aos futuros projetos industriais no Ceará, bem como a busca por soluções para o escoamento de energia elétrica onde há desenvolvimento de projetos eletrointensivos.
“O governo do Ceará felicita a importante decisão da Eletrobras de ter a intenção de investir na produção de hidrogênio verde no Ceará. Tal decisão permitirá mais oportunidades de emprego e renda para a nossa população e uma contribuição direta em busca de um mundo mais sustentável.” afirma o governador Elmano de Freitas, que participou da cerimônia de assinatura do memorando.
Com localização geográfica diferenciada, o Estado do Ceará se destaca na geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis, como eólica e solar. Além disso, o estado, por meio do HUB de Hidrogênio Verde, no Complexo do Pecém, incentiva as oportunidades de negócios com o suprimento de energia renovável.
O hidrogênio renovável desponta como uma das soluções mais promissoras para o processo de transição energética. A Eletrobras, na vanguarda desse movimento, já assinou, neste ano, outros dois Memorandos de Entendimento para o desenvolvimento de H2R. Em abril, a Companhia assinou MoU com o governo do Maranhão para o suprimento de energia renovável na cadeia de produção de hidrogênio de baixo carbono em futuros projetos industriais no Estado com apoio do governo local. A Eletrobras também assinou, em março, um Memorando com o braço no Brasil da Paul Wurth, de Luxemburgo, para parceria no mercado de produção e utilização de hidrogênio renovável em processos industriais.
No final do ano passado, a planta de hidrogênio renovável da usina hidrelétrica de Itumbiara, operada pela Eletrobras Furnas, na fronteira dos Estados de Minas Gerais e Goiás, obteve a primeira certificação brasileira de hidrogênio renovável da CCEE – Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. A produção acumulada chegou ao final de 2023 somando duas toneladas.
Atualmente, estão sendo desenvolvidos três projetos em Itumbiara: um que estuda novas tecnologias para produção de hidrogênio; outro referente à operação e manutenção, envolvendo capacitação de mão de obra; e, ainda, o projeto de armazenamento em baterias.
No Brasil, a Fortescue anunciou um investimento de US$ 5 bilhões na construção de uma planta de produção de hidrogênio verde no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, no Estado do Ceará, Brasil, em 2021. A capacidade de produção final do projeto é de 837 toneladas por dia (tpd) de hidrogênio verde, com base no consumo de 2,1 GW de eletricidade de fontes renováveis. A planta terá capacidade para produzir 15 milhões de toneladas de hidrogênio verde por ano.
Trata-se do maior projeto de desenvolvimento de plantas de hidrogênio verde do Brasil e um dos maiores do mundo. Os estudos de impacto ambiental para a planta foram aprovados pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente do Ceará (Coema) em outubro de 2023 e o projeto está avançando.
A expectativa é de que, durante a fase de construção, cerca de 5.000 empregos sejam criados. Além disso, um ponto importante é que a planta utilizará água de esgoto tratado (água reutilizada) e do oceano, portanto não haverá impactos no abastecimento local de água potável.