O Sistema Comércio reforçou seu apoio às vítimas das chuvas no RS e, diante de presidentes de Fecomércios de todo o país, reunidos no Rio de Janeiro, José Roberto Tadros – presidente do Sistema CNC/Sesc/Senai – assinou a liberação de ajuda substancial, em ação conjunta com o SescBrasil e o SenacBrasil.
Para dar base a todas as ações, há o levantamento da Fecomércio-RS que mostra que as perdas de ativos das empresas gaúchas ainda estão sendo estimadas com maior precisão, mas, em um primeiro mapeamento, ainda incompleto, mas com base em imagens registradas por satélite em alguns dias após o início das enchentes, foram identificados cerca de 33 mil estabelecimentos exclusivamente comerciais (comércio, serviços e indústria) atingidos diretamente pelos alagamentos.
Na pesquisa iniciada pela Fecomércio-RS, utilizando apenas os números preliminares relativos à mediana das perdas dos estabelecimentos (R$ 150 mil por estabelecimento), é possível desenhar uma hipótese inicial de, pelo menos, cerca de R$ 5 bilhões em perdas de ativos das empresas – valor mínimo já que a perda deve ser superior tendo em vista que o volume de estabelecimentos mapeados por enquanto ainda não leva em conta alguns municípios que sofreram maior impacto de enxurrada do que de alagamentos. Além disso, também não engloba empresas de micro e pequeno porte que funcionam em domicílios residenciais. Por fim, é razoável supor que a destruição de ativos de estabelecimentos da indústria tende a ser maior e não está integralmente reportada na pesquisa da Fecomércio-RS, visto que seu acesso é direcionado às empresas do comércio de bens e serviços.
Considerando o número de CNPJs totais (matriz e filial) concentrados nos 46 municípios em estado de calamidade pública e estabelecendo cenários de impacto coerentes com o percentual de áreas alagadas destes municípios, é possível levantar uma hipóteses para perdas patrimoniais da indústria gaúcha que chegariam a cerca de R$ 10 bilhões, sendo R$ 8 bilhões de empresas do setor de serviços (incluindo comércio).
As perdas referentes à danificação de equipamentos de infraestrutura, como estradas e pontes, também precisam de mais tempo para serem averiguadas. É importante considerar que as obstruções de atividade produtiva não acontecem apenas em estabelecimentos atingidos diretamente por alagamentos, mas também em outros que ficaram sem insumos essenciais, como água e energia elétrica, sem recursos humanos, em casos de colaboradores afetados, ou tiveram a logística para recebimento de matérias primas ou entrega de mercadorias e/ou prestação de serviços prejudicados, devido aos problemas causados à infraestrutura de transportes. Muitos estabelecimentos foram impactados com a redução de demanda, tendo em vista o impacto anímico dos eventos sobre a população.
A Fecomércio-RS avalia que a perda de PIB do RS decorrente das enchentes chegue a cerca de R$40 bilhões, ou, aproximadamente 5% do PIB anual.
O levantamento completo está disponível aqui.