A situação atual, os investimentos e as expectativas para o Polo GasLub foram os temas principais da reunião do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da Firjan (15/09), na sede da federação. Gerente geral do polo da Petrobras, Cândido Luis Queiroz da Silva apresentou os avanços do empreendimento, com previsão de entrada em operação de sua unidade de processamento de gás natural (UPGN) no segundo semestre de 2024.
“A UPGN já está com 90% de construção sendo concluída pela empresa contratada, a Toyo Setal. São 1.200 trabalhadores no local e no pico das obras deve chegar a 2 mil. No segundo semestre de 2024, começa a operação de teste e até o fim do mesmo ano, a operação comercial. E a unidade de tratamento de efluentes está pronta para operar a partir do funcionamento da unidade de processamento. Os efluentes serão lançados em um emissário a 4 quilômetros de distância de Itaipuaçu”, explicou Cândido Queiroz.
Haverá uma integração grande com a Refinaria de Duque de Caxias (Reduc), para onde irá o gás tratado no GasLub e as frações de nafta, QAV e diesel, segundo Queiroz. O local de 45 km quadrados também possui uma planta de geração elétrica para consumo interno.
Luiz Césio Caetano, 1º vice-presidente da Firjan, ressaltou que energia é assunto da maior importância e que o gás natural tem papel fundamental nessa transição energética. “O Rio tem muitas oportunidades para avançar com investimentos nos próximos anos. Apresentamos recentemente em encontro na Itália que, até 2025, há 647 projetos confirmados nas áreas de energia e manufatura da indústria, que somam US$ 73 bilhões. Só em energia, são US$ 58 bi”, relatou. Há dois anos, a Firjan tem um acordo firmado e coopera com a Petrobras, o governo estadual e a prefeitura de Itaboraí para o desenvolvimento do Gaslub.
“Estamos todos procurando apoiar a Petrobras nessa nova etapa de finalização do Gaslub. O gás é essencial para a indústria química. Estou muito feliz com o andamento do projeto. Ainda mais depois que o presidente da Bolívia disse que não terá mais gás para exportar para Argentina e Brasil. Torcemos muito para o Gaslub ter projetos petroquímicos integrados a refinarias no Rio, incluindo também fertilizantes”, declarou Cynthia Santana Silveira, presidente do Conselho.
As expectativas em torno do polo, em Itaboraí, são muito grandes, segundo Felipe Peixoto, subsecretário estadual de Energia e Economia do Mar. “A reconfiguração do antigo Comperj e a decisão importante da Petrobras de continuar com o projeto é um desafio. O histórico de mobilização das pessoas que foram para região, em função da paralisação do empreendimento no passado, gerou um problema social e de segurança pública no entorno. Confiamos na Petrobras para finalizar o empreendimento”.
Em relação à necessidade de mão de obra especializada para o Gaslub, tanto Caetano como Cynthia colocaram a Firjan SENAI à disposição. “Além da unidade de São Gonçalo, há caminho para discutirem a possibilidade de novos cursos”, acrescentou o 1º vice-presidente.
A Petrobras frisou ainda a necessidade de atualização e adaptação da Lei do Comperj, de 2009, garantindo incentivos fiscais para o complexo, e também de legislação de desoneração para o gás nacional a ser usado em projetos de geração termoelétrica.
Peixoto informou que, quanto à desoneração para o leilão das térmicas, previsto para 2024 pelo governo federal, a secretaria do estado está terminando o texto do projeto de lei para que empresas do Rio de Janeiro tenham condições de competitividade para participarem. E sobre a Lei do Comperj também colocou o estado à disposição para a atualização.