A Abiquim considera a nova política industrial, lançada pelo governo (22/01) e batizada de “Nova Indústria Brasil” , super bem-vinda e ancorada nos pontos centrais a serem enfrentados, sobretudo alinhada à neoindustrialização.
Segundo André Passos Cordeiro, presidente-executivo da Abiquim, o plano construído no ano anterior pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e do qual a Abiquim faz parte, mostra a essencialidade do amplo diálogo entre o setor produtivo, sociedade e Governo Federal, dado o resultado deste trabalho.
Sua construção se deu a partir de seis importantes missões e todas elas têm como base a química. Não à toa, o vice-presidente Geraldo Alckmin citou a importância de resgatar a competitividade da indústria química como um dos itens da nova indústria inovadora. “Precisamos melhorar a competitividade da indústria frente aos exportadores estrangeiros reduzindo o custo dos insumos. O Regime Especial da Indústria Química (REIQ), que reduz PIS, COFINS e IPI, já está lançado. Neste ano será investido R$ 1 bilhão para melhorar a competitividade dessa longa cadeia da indústria petroquímica, da indústria de base”, afirmou Alckmin.
Para Passos, a retomada do REIQ foi um reconhecimento do Governo sobre a importância do setor dentro desta nova empreitada. Assim como foi com o Reiq, a oferta de gás natural já vislumbra um horizonte positivo. “A questão também vem sendo trabalhada pelas autoridades competentes, dada a sua relevância, rumo a uma economia de baixo carbono, à essa nova indústria.”
Esse trabalho de construção é contínuo e a próxima etapa envolve o detalhamento das medidas. A expectativa do setor – pelos pontos presentes no plano e pela explícita menção a indústria química – é de ver intensificadas as políticas públicas de fortalecimento da química e de toda a indústria. A Abiquim continuará dando todo o apoio para a política de neoindustrialização.
Dentro desse novo cenário promissor, onde agora trabalham em conjunto, governo e indústria, a tarefa é de efetivar ainda mais o potencial que o Brasil tem de contribuir para criar uma indústria que produza sem gerar efeitos que alterem as condições climáticas.
“Esperamos, com confiança, que os desdobramentos do plano criarão as condições para a sobrevivência e retomada do crescimento de uma indústria química que escolheu competir com padrões mais sustentáveis que a maioria dos outros países produtores químicos no mundo, enfrentando a concorrência de produtos que geram mais emissões de gases de efeito estufa. Entendemos que essa política tem o potencial de mudar o quadro desfavorável que atualmente enfrentamos”, finaliza o presidente-executivo da Abiquim.
Provedora de matérias-primas e soluções para diversos setores econômicos – agricultura, transporte, automobilístico, construção civil, saúde, higiene e até aeroespacial – e líder em química de renováveis (álcool matéria-prima), a indústria química brasileira é 6ª maior indústria do mundo, com um faturamento líquido de USD 167,4 bilhões, registrado em 2023.
Ela gera 2 milhões de empregos diretos e indiretos – com a segunda maior massa salarial da indústria, totalizando R$ 33 bilhões em salários -; se destaca pela mão de obra qualificada e tecnologia de ponta; e representa 11% do PIB Industrial.
Apesar de ser o 3º maior setor industrial do PIB brasileiro, é o 1ª em arrecadação de tributos federais | (13,1% do total da indústria) – R$ 30 bilhões. Também a mais sustentável do mundo, a química nacional emite de 5% a 51% menos CO2 para cada tonelada de químicos produzida em comparação a concorrentes internacionais, além de possuir uma matriz elétrica composta por 82,9% de fontes renováveis – no mundo, essa média é de 28,6%.