Perspectivas para os biocombustíveis são boas


A 9ª edição do TECO Latin America e o 3º Encontro Novozymes de Óleos Vegetais (ENOV), discutiram o atual cenário e as perspectivas para as indústrias de biocombustíveis e óleos vegetais, as tendências, evolução, utilização de matérias-primas renováveis e as contribuições da biotecnologia para aumentar o rendimento dos segmentos.
O diretor de Economia e Assuntos Regulatórios da ABIOVE, Daniel Furlan Amaral, apresentou as perspectivas para a cadeia produtiva da soja no Brasil, analisando dados de PIB e emprego, cenário de produção, oferta e demanda da soja e seus coprodutos (óleo, farelo e biodiesel), mercado doméstico e internacional, e transição energética. Ele destacou que o Brasil deve colher uma nova safra recorde de soja em 2024. Portanto, o esmagamento da oleaginosa e a oferta de farelo, dependerá em grande medida da demanda pelo óleo de soja, sobretudo em função do crescimento do mandato de biodiesel e da produção de diesel renovável. Da mesma forma, a continuidade dos programas de redução das emissões de Gases de Efeito Estufa no transporte deve estimular o uso de biocombustíveis. Neste sentido, o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), o RenovaBio, o Mercado de Carbono e o Combustível do Futuro serão decisivos.
Daniel também sobre o mercado de soja e a substituição crescente de diesel mineral por biocombustíveis e a demanda internacional por óleos vegetais, a médio e longo prazo, trarão oportunidades para o aumento da produção de novas oleaginosas.

Vale lembrar que este ano, o governo retomou o aumento gradual da mistura de biodiesel adicionado ao diesel comercial, de 10% (B10) para 12% (B12). De acordo com o cronograma oficial do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), o teor deve chegar a 15% em 2026. Porém, para atender a política de descarbonização da matriz energética nacional, uma antecipação não está descartada. Cada ponto percentual a mais de mistura, cerca de 650 milhões de litros de biodiesel são produzidos. Sendo assim, a ABIOVE – Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais estima que a produção deste ano ultrapasse a casa dos 7 bilhões de litros.

E Daniel Amaral destaca esse crescimento. “Em 2022, o Brasil produziu 6,3 bilhões de litros de biodiesel. Esse ano, o novo cronograma de mistura trouxe mais previsibilidade para a indústria investir, por isso teremos um recorde histórico de produção que confirma o Brasil como o terceiro maior produtor mundial de biodiesel”.

De acordo com dados da EPE – Empresa de Pesquisa Energética, o biodiesel brasileiro é capaz de reduzir em pelo menos 80% a emissão de gases de efeito estufa (GEE) quando comparado ao diesel de origem fóssil.

A produção de biodiesel entre 2008 (quando teve início a mistura obrigatória) e 2022 foi de 60,1 bilhões de litros. Esse volume substituiu a importação de diesel derivado do petróleo e evitou a emissão de 130 milhões de toneladas de CO2, o que equivale ao total emitido pela população do estado do Paraná no ano passado.

E se a especificação já era rigorosa, com a entrada em vigor da Resolução ANP Nº 920/23 (RANP 920), ficou ainda mais severa: o Brasil conta agora com o biodiesel mais controlado do mundo e também o com maior estabilidade à oxidação (parâmetro que dá a dimensão da durabilidade do combustível antes que se degrade).

Além disso, a ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis passou a exigir que o produto fosse completamente filtrado antes do transporte às distribuidoras. E tornou obrigatória a adoção de boas práticas no produtor e no distribuidor de combustíveis.

As empresas associadas à ABIOVE, responsáveis por aproximadamente 30% de todo o biodiesel produzido no Brasil, além de incorporarem as novas exigências da ANP, atendem 100% dos requisitos do Bio+, selo que atesta a qualidade do biodiesel.

Criado pela ABIOVE em 2020, recentemente o Bio+ ganhou uma versão atualizada e mais robusta que conta com a certificação do IQA – Instituto da Qualidade Automotiva.

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