A Coppe/UFRJ e a Sapura apresentaram (06/09) um simulador para treinamento de operação em navio PLSV (Pipe Laying Support Vessel), modelo de embarcação projetada para apoio, instalação e lançamento de dutos flexíveis. O equipamento desenvolvido em parceria com o Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano), instalado e operado no laboratório, tem a capacidade de replicar com precisão situações de navegação do dia a dia da frota da companhia.
“Tínhamos um desafio e o LabOceano entregou uma proposta de valor para a empresa e nós entendemos que podemos melhorar a capacidade de treinamento de nossos oficiais, bem como disponibilizar isso para a formação de novos oficiais de marinha mercante”, afirmou o COO da Sapura, Ricardo Bicudo.
De acordo com Claudio Coreixas, pesquisador do LabOceano e líder do projeto, o simulador possibilita o treinamento em navegação portuária com gerenciamento de tráfego marítimo; atracação/desatracação; fundeio; condições ambientais; manobras noturnas e procedimentos de emergência.
Além disso, segundo Coreixas, por estar instalado em uma universidade, permite que alunos de mestrado e doutorado investiguem problemas complexos e proponham soluções inovadoras. “A ideia é cada um poder acrescentar mais um tijolinho acadêmico a esta tecnologia naval que nos fascina. Abre a possibilidade de mentes brilhantes terem acesso a novas perspectivas abertas por essa tecnologia”.
“Navios modernos são muito instrumentados, você tem informação para tudo que precisa. Ter acesso ao log (histórico) de DP (dynamic positioning, posicionamento dinâmico) do navio é o nirvana para um pesquisador. A universidade é o lugar certo para explorar, investigar problemas complexos com uso de inteligência artificial, redes neurais, e trazer a resposta calibrada ao usuário”, explicou o aluno de doutorado do Programa de Engenharia Oceânica (PEnO).
Na avaliação de Coreixas, o projeto é a materialização da tríplice hélice: indústria, academia e Estado, e contribui para a preservação ambiental, a segurança aquaviária e a salvaguarda dos comandantes, práticos e demais profissionais. “O simulador usado até então não tinha o refinamento necessário para a resposta hidrodinâmica que o especialista necessita, para manobras de PLSV, em baixas velocidades, como quatro nós, três nós e meio”.
A calibração do modelo foi feita com provas de mar do Sapura Ônix, embarcação PLSV da empresa, dados de tanque de prova e dados de propulsão. O simulador já está pronto para uso e em setembro três comandantes de navios passarão por treinamento.
O evento contou com a presença do coordenador do LabOceano, professor Paulo de Tarso, e do idealizador do laboratório, professor Carlos Levi, ambos do Programa de Engenharia Oceânica; do CEO da Sapura, Rogerio Salbego, e COO, Ricardo Bicudo; e além de representantes da Marinha do Brasil e da Petrobras.