Momentos ROG.e 2024


A ROG.e 2024, um dos maiores eventos globais de energia, foi realizada de 23 a 26 de setembro no Boulevard Olímpico, no Centro do Rio de Janeiro. Organizada pelo Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), a edição deste ano trouxe diversas novidades, como novos eixos temáticos no congresso, abordando Soluções de Baixo Carbono, Pessoas, Cultura e Sociedade, além da Financiabilidade da Transição Energética. Com um espaço ampliado para 55 mil m² e ocupando seis pavilhões, o evento reafirmou sua importância como alavanca de negócios e impulsionador da revitalização da zona portuária, reunindo grandes nomes internacionais e mais de 450 empresas, além de atrair milhares de visitantes. A seguir, destacamos alguns dos principais momentos e inovações apresentadas durante o evento.

Muita tecnologia para sustentar o crescimento do setor na ROG.e

Empresas de renome mundial confiam nas Válvulas de Segurança Leser – empresa que conta com mais de dois séculos de atividades. Com o seu único foco na proteção contra sobrepressão, a especialista em válvula de segurança é uma das líderes do mercado mundial.

Com portfólio consolidado de soluções para pressão, a Flutrol apresentou suas representadas e destacou a novidade Skoflo, para controlar a injeção de químicos – manual e automaticamente

A Fluke levou seus produtos para áreas classificadas (vermelho) e seus tradicionais instrumentos para testes e calibração, seu novo kit para instalação e manutenção de sistemas fotovoltaicos etc

A Presys levou seu portfólio tradicional e destacou a nova bancada para serviços, o calibrador de temperatura portátil com range de -30 a +300, o calibrador portátil a bateria e o DatyProV5.

A Vibropac expôs o que há de mais moderno em tecnologia multifásica e soluções de sistemas de bombas de parafuso projetadas para impulsionar o futuro da energia.

A Valmet levou portfólio de flow da marca Neles e destacou a nova válvula esfera, ainda mais segura e confiável.

ABPIP Lidera Discussões Sobre a Expansão do E&P no Brasil

Marcio Felix, presidente da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP) destacou, entre outras atividades, o Fórum Onshore que, juntamente com outros painéis do Congresso se dedicou à discussões técnicas sobre campos maduros e marginais, vai abordar alguns dos temas mais relevantes para compreender não só a realidade atual, mas também o futuro das atividades no Brasil desenvolvidas nesses campos por empresas independentes, como Viabilidade Técnica e econômica de campos maduros e acumulações marginais; Exploração: da bacia madura às novas fronteiras exploratórias; Desafios e Oportunidade de melhorias regulatórias para campos maduros e marginais, Mercados de bens e serviços para os projetos de E&P; Cenários de consolidação do mercado – motivação e resultados esperados; Monetização do Gás Natural – estratégias e lições aprendidas; e Alocação de capital e investimentos em E&P.

Segundo Marcio Felix, o tema é de suma importância e demonstra a consolidação e expansão das atividades nas bacias terrestres e áreas do pós-sal após retomada de investimentos e revitalização do setor.

A ABPIP e suas empresas associadas efetivas Brava Energia, BW Energy, Eneva, Mandacaru Energia, Origem Energia, PRIO, Seacrest, Sonangol, Perenco; e associadas fornecedoras Fluxo Soluções, Halliburton, SLB, Oil States, NOV, Tenaris, Vallourec participarão das discussões da ROG.e e a associação terá um estande, que servirá como ponto de encontro entre operadores e fornecedores dentro do evento. Já no primeiro dia, 23 de setembro, o presidente da Associação, Marcio Felix (EnP), vai compor o painel Diálogos da ROG.e, com o tema “A atuação das independentes na diversificação da atividade de E&P”, às 16h30, no Palco Petrobras 1.

As empresas independentes têm um papel relevante para o desenvolvimento econômico e social do país, contribuem diretamente para a segurança energética e configuram um complemento ideal para o processo de transição energética de forma justa, equilibrada e sustentável, por sua atuação na ampliação da vida útil, no incremento do volume de produção e no aumento do fator de recuperação nos campos. Essas operadoras foram responsáveis pelo aumento de cerca de 30% da produção em terra, entre 2016 e 2022. No segmento offshore, atuam em águas rasas e profundas das Bacias de Campos e Espírito Santo, com previsão de investimentos da ordem de U$ 10 bilhões em projetos adquiridos no processo de desinvestimento da Petrobras.  As 17 associadas da ABPIP operam hoje 175 campos, com uma produção total de 226 mil barris de óleo equivalente por dia, com potencial de chegar a 500 mil até 2029. A previsão é que essas companhias invistam R$ 40 bilhões no mesmo período para incrementar a produção e seguir estimulando as cadeias produtivas e criando um ambiente de negócios mais diversificado e competitivo. Apenas em 2023, as independentes pagaram R$ 2,14 bilhões em royalties, além de terem capacitado profissionais e gerado mais de 7 mil empregos diretos e outros 66 mil indiretos, contribuindo para o progresso econômico e social das comunidades onde atuam. De acordo com o BNDES, cada emprego gerado neste setor dá origem a nove indiretos ou até 46 no total, se considerarmos os empregos por efeito-renda.

Rede de Oportunidades Especial com sete grandes demandantes

A Firjan SENAI, em parceria com o Sebrae/RJ, promoveu o Programa Rede de Oportunidades edição especial em paralelo a ROG.e.

O evento contou com sete empresas-âncora nos dois dias, sendo elas NOV, PRIO, Porto do Açu e SBM Offshore no dia 24, e BW Energy, TAG e Yinson no dia 25. Ao final das apresentações sobre requisitos e oportunidades de compra das âncoras compradoras, aconteceram momentos de interação entre fornecedores de diferentes elos e mesas tira-dúvidas com os compradores. 

As duas edições ocorreram no período da manhã, antes do início da visitação à feira ROG.e, em local próximo ao evento, no Centro de Convenções RB1 (Avenida Rio Branco, 1). Esse Rede de Oportunidades Especial teve recorde de reuniões com mais de 150 reuniões realizadas.   

Nessa edição, foram mais de 450 novas oportunidades de compras mapeadas, volume que já alcança 50% do total de demandas nas 10 primeiras edições do RdO. A partir dessas demandas, foram identificados mais de 4.000 fornecedores potenciais com portfólio convergente. 

Ao todo, perto de 600 empresas fornecedoras manifestaram interesse em participar dessa edição do Programa, com um total de público que ultrapassou 350 empresas fornecedoras presentes, número quase 20% maior que o atingido durante a Macaé Energy em julho.

OPEP e IBP celebram acordo e Outlook de Energia

Roberto Ardenghy, presidente do IBP, e Haitham Al Ghais, secretário geral da OPEP, assinaram um termo de cooperação entre as duas entidades durante a ROGe que prevê que as duas entidades tenham um convênio de cooperação visando possibilitar troca de informações e possibilidade de realizar treinamentos na sede da OPEP.

Durante a sessão especial, a OPEP lançou o World Oil Outlook 2050 – que traz as projeções da entidade para o mercado até 2050. No relatório, a OPEP chama de “fantasia” a eliminação do petróleo e do gás fóssil da matriz energética global. Ela acredita que a demanda por combustíveis fósseis vai aumentar até lá. É a primeira vez que o relatório é lançado fora da sede da OPEP, localizada em Viena, na Áustria.

“O crescimento da demanda de energia e petróleo encontra-se, especialmente, no mundo em desenvolvimento, impulsionado pelo crescimento da população, expansão da classe média e rápida urbanização. Bilhões de pessoas no mundo não têm acesso a serviço de energia. Precisamos alcançar os princípios básicos de energia, que outros consideram garantidos, como acender uma luz, cozinhar em um fogão limpo, ter transporte para se deslocar. E nosso Outlook procura lançar luz sobre essas questões e contextualizar um futuro em que vemos a demanda pela energia global crescer”, comentou AL-Ghais.

Setor de óleo e gás ainda recebe muitos investimentos para impulsionar transição energética

Para o BNDES, não há contradição em apoiar o setor de óleo e gás e, ao mesmo tempo, investir na transição energética. Foi assim que a chefe do departamento de Petróleo, Gás e Navegação do banco, Elisa Lage, se posicionou no painel Financiabilidade da Transição Energética na ROG.e, evento de energia que aconteceu esta semana no Rio de Janeiro. 

Segundo ela, o BNDES vem financiando nos últimos 20 anos o setor de óleo de gás, por meio de diversos projetos nas áreas de transporte e distribuição de gás, refino e distribuição de combustíveis, entre outros. “O gás natural é parte da agenda de transição energética, uma vez que precisamos para suprir demandas nos períodos de intermitência”, considerou a executiva, destacando que o banco também está investindo na descarbonização desta indústria em diversas frentes (refino, transporte, distribuição, eficiência energética etc.).

No mesmo painel, o head de engajamento da América Latina do World Economic Forum (WEF), Thales Panza de Paula, alertou que os atuais mecanismos de financiamento não são suficientes para alcançar as metas de descarbonização traçadas no Acordo de Paris. “O grande desafio hoje se concentra nos países emergentes, onde é preciso dobrar os investimentos”, afirmou. De acordo com ele, as maiores dificuldades nestes países são o custo alto dos financiamentos; a capacidade limitada de endividamento dos governos, uma vez que mais de 50% dos financiamentos são do poder público; o baixo nível de desenvolvimento dos mercados de capitais (o Brasil é uma exceção neste caso); e o risco cambial. 

Apesar disso, o fluxo de financiamentos em projetos do setor energético segue em linha de crescimento, destacou o executivo do WEF, com um total de US$ 3 trilhões em 2024. “Sendo US$ 2 trilhões para energias limpas e R$ 1 trilhão para fósseis”, detalhou. Esses financiamentos concentram-se principalmente na China, EUA e Europa. Os mercados emergentes atraíram 15% do total dos investimentos. Além deles, participaram do painel Bruno Aranha, professor da FIA e fundador da YvY Capital; Victor Santos, diretor associado do BTG Pactual; e Gilberta Lucchesi, CFO da Repsol Sinopec Brasil, que fez a moderação.



Acompanhe a restrospectiva completa na próxima edição da Revista Petro & Química nº398.

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