IBP destaca potencial de produção de 240 mil barris de óleo em Sergipe

@ArthurSoares/GovSE

Diante da descoberta de expressivas reservas em águas ultraprofundas em Sergipe, o estado desponta no setor energético brasileiro, com a previsão de produção de grandes volumes de petróleo e gás em 2028. Com o intuito de preparar gestores sergipanos e entidades correlacionadas ao setor no estado, o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) ministrou o Workshop “Diálogos de Energia”, realizado na última segunda-feira, 24/7, em Aracaju.
O evento foi promovido pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec) de Sergipe, em parceria com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Sergipe (Fecomércio) e a Sergipe Gás S/A (Sergas).

O governador Fábio Mitidieri esteve presente durante a solenidade participando da mesa, e ressaltou as boas perspectivas para o setor no futuro próximo. Também frisou a necessidade da qualificação de trabalhadores para impulsionar o setor. “A gente se prepara para o grande momento do petróleo, em um futuro muito próximo. Cerca de 20% das reservas de gás do Brasil estão aqui em Sergipe. Por volta de 2028, a gente vai explorar quase 18 milhões m3 de gás por dia. Para isso, a gente precisa se preparar e fazer com que o estado se abra a investidores. Precisamos mostrar nossas oportunidades de negócio, e esse é o nosso desafio”, disse. Segundo o governador, esse desafio passa por levar Sergipe para o mundo e, ao mesmo tempo, preparar os trabalhadores locais, para poder absorver essa demanda e gerar emprego e renda. “Temos uma posição geográfica importantíssima, entre Bahia e Pernambuco, que são dois grandes polos. Temos grandes vantagens relacionadas à nossa matriz energética, somos um destaque no setor de fertilizantes, estamos participando de grandes eventos nacionais e internacionais do setor… Enfim, é um potencial gigantesco, que faz de nós a grande estrela do petróleo e do gás”, enfatizou.

O evento também possibilitou a articulação em prol da formação de mão de obra local, encabeçada pela Universidade do Setor de Petróleo e Gás (UnIBP), vinculada ao IBP. Com larga experiência em qualificação profissional nesse segmento, a instituição atende a um convite do Governo do Estado, por meio da Sedetec, para dar suporte às demandas de treinamento.

O diretor-executivo de Exploração e Produção do IBP, Júlio Moreira, ressaltou a relevância do evento para trazer à luz as potencialidades no cenário de petróleo e gás para Sergipe. “Esta é uma oportunidade de ouro para trabalhar em conjunto com o Governo de Sergipe e fazer uma apresentação do que é a nossa indústria, quais são seus desafios e quais os pontos positivos que o nosso setor pode trazer. O workshop vai possibilitar que a gente exemplifique e mostre para os participantes que o setor tem muito a contribuir para Sergipe”, avaliou. Apresentando o tema “Upstream Nacional: desinvestimentos, oportunidades, oferta, demanda e preços”, Júlio Moreira ressaltou a grande quantidade de oferta energética prevista para o estado, com perspectiva de produção de 240 mil barris de petróleo por dia e 18 milhões de metros cúbicos de gás por dia. “O alinhamento estratégico com Sergipe é fundamental para o país, pois o estado tem e terá uma participação importante no abastecimento dessa matriz energética com gás natural a ser produzido aqui na costa”, completou o executivo.
Diante das novas descobertas, Sergipe passa por um momento de desinvestimento da Petrobras em campos de águas rasas. A estatal passou então a concentrar seus investimentos em águas profundas e ultraprofundas no estado, que tem demonstrado grande diferencial competitivo ao longo dos anos, com alta produtividade e menores emissões de gases de efeito estufa. Júlio Moreira, avaliou a relevância da futura produção sergipana. “As perspectivas para o estado são excelentes, com a descoberta de importantes reservas de gás natural, que vão propiciar o desenvolvimento industrial do estado à medida em que as reservas forem transportadas e trazidas para o continente”.

Para o titular da Sedetec, Valmor Barbosa, o setor de petróleo e gás é um dos mais estratégicos para a economia do estado, capaz de projetar o nome de Sergipe para além das fronteiras brasileiras. “O IBP e sua universidade se dedicam a mostrar o segmento de gás e petróleo para gestores e interessados na área. Estamos aqui com palestras dedicadas a mostrar as potencialidades de Sergipe, capacitando os gestores do estado sobre a importância do setor e aliando pensamentos na área de petróleo e gás. Viemos ouvir e entender mais sobre esse segmento tão importante, que vai mudar a face do Estado de Sergipe, principalmente no período até 2028”, afirmou.

Entre os principais elementos que situam o estado como um grande ator no cenário de petróleo e gás no Brasil, destaca-se o projeto Sergipe Águas Profundas (Seap), da Petrobras. De acordo com a companhia, a ação tem início previsto para 2028, com a elevação na oferta de gás natural. Com o Seap, Sergipe está contemplado no plano estratégico da Petrobras no período 2021-2025 com investimentos de 5 bilhões de dólares. A execução do Seap envolverá a atuação de duas unidades de produção e armazenamento (FPSO), além da implantação de gasodutos de escoamento por vias terrestre e submarina.

Outros fatores que impulsionam o segmento de petróleo e gás em Sergipe são a atuação da Carmo Energy, com a descoberta e continuidade da exploração em campos terrestres, e a presença de uma das maiores usinas termoelétricas do Brasil: a UTE Porto de Sergipe I, em Barra dos Coqueiros. Também já se encontram em execução as obras de implantação do gasoduto de transporte para a conexão do terminal de GNL da usina à malha da Transportadora Associada de Gás (TAG), que deve acelerar o suprimento de gás em Sergipe e em todo o Nordeste.

O senador Laércio Oliveira, relator da Lei do Gás na Câmara Federal, destacou como positiva a implantação do Hub de Sergipe e a harmonização entre as políticas de regulação do setor nos âmbitos estadual e federal. “Temos a expectativa de um desenvolvimento que está logo ali. Mas para que ele aconteça de uma forma eficaz, com competência e com os resultados que temos propagado em todos os cantos, a gente precisa ter formação da nossa mão de obra. Trazer investimentos não é uma tarefa fácil. Então, o encontro de hoje faz com que a experiência e o conhecimento do IBP sejam trazidos para nós. Eles vão ensinar como a gente pode trabalhar nossa riqueza mineral da melhor maneira possível, porque este é um compromisso do governador: gerar emprego e renda, em um estado desenvolvimentista, trazendo oportunidade aos sergipanos e sergipanas”, pontuou.
O gás natural terá um papel importante na transição energética, como destacou a diretora executiva de Gás Natural do IBP, Sylvie D’Apote, que apresentou o painel “O mercado de gás natural e a regulação no Brasil e o Programa Gás para Empregar”. De acordo com Sylvie, Sergipe já está no mapa do óleo e gás há muitos anos, mas com as novas descobertas em águas profundas, o estado dará um grande salto na produção.
“Esse gás é importante porque tem várias características. A principal é que ele não é substancialmente associado ao petróleo. No Pré-sal, por exemplo, o petróleo é associado ao gás. Já aqui, a situação se inverte, e o que se tem é o gás associado ao petróleo. Isso quer dizer que esse gás é mais flexível, pode acompanhar melhor a evolução da demanda, que é variável. Nosso país carece desse gás”, destacou Sylvie.
A diretora ressaltou ainda a perspectiva de preços diante desta realidade em Sergipe. “Além do estado ter várias fontes energéticas, possui também um terminal de regaseificação, que está conectado ao mundo e em breve estará conectado também à rede de transportes. Ter muitas fontes para escolher é positivo, pois cria competição e repercute no mercado com a modicidade de preço”, completou a diretora executiva de Gás Natural do IBP.
O Brasil tem avançado no sentido da descarbonização para uma matriz energética mais limpa, como destacou a diretora executiva de Downstream do IBP, Valéria Lima, durante o painel “Processamento e capacidade de refino no Brasil: expansão, importação, preço e biocombustíveis”. A diretora explica que ainda há uma perspectiva de produção de derivados do petróleo, como gasolina e óleo diesel, mas que o Brasil também caminha para o desenvolvimento de biocombustíveis.
“Sergipe está dando um passo muito importante para o desenvolvimento de uma mão de obra compatível com os recursos petrolíferos e gasíferos que o Estado tem. O petróleo ainda vai continuar sendo a principal matriz energética do mundo por um tempo e o mercado brasileiro de derivados é o oitavo maior mercado do mundo. As estatísticas indicam que, mesmo com a transição energética, ainda vamos crescer o consumo de derivados até o início da década de 40. Apesar disso, o percentual de renovável no diesel ainda pode crescer com a introdução de novas tecnologias. O Brasil está investindo nisso”.
O Governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, destacou a importância da preparação para o futuro promissor do estado. “Temos que preparar a nossa população, preparar a mão de obra e atrair investidores para aproveitar a oportunidade de ter o gás na porta. Sergipe tem ainda uma posição geográfica estratégica, entre a Bahia e Pernambuco, dois grandes polos. Temos grandes vantagens relacionadas à nossa matriz energética, somos um destaque no setor de fertilizantes. Enfim, é um potencial gigantesco, que faz de nós a grande estrela do petróleo e do gás”, enfatizou. 

Outros executivos do IBP participaram do evento como Carlos Victal, gerente de Sustentabilidade do IBP, com o Painel “Projetos de descarbonização na indústria de gás”; e Melissa Fernandez, gerente de Tecnologia e Inovação do IBP, com o Painel “Inovação, Tecnologia e P&D”. “Sergipe tem uma grande oportunidade de materializar o conceito do desenvolvimento sustentável, aliando o desenvolvimento econômico ao social e ambiental”, reforçou Carlos Victal. Melissa Fernandez completou, “o estado de Sergipe tem diversas ferramentas tecnológicas para viabilizar projetos. Esperamos retornar para conhecer o Parque Tecnológico de Sergipe e suas potencialidades”. 

Também presente no workshop, a coordenadora do Núcleo de Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Lilia Barreto, reforçou a perspectiva das oportunidades geradas para o mercado de trabalho. “A UFS, além de ter dentro da sua estrutura cursos voltados diretamente para a formação de recursos humanos que são abraçados diretamente pela cadeia de petróleo e gás natural, também conta com um núcleo dedicado ao setor, com 17 unidades laboratoriais que atende a toda a cadeia”. 

Por meio da difusão de conhecimento técnico de qualidade, o IBP está envolvido com os principais avanços da indústria brasileira. A UnIBP, Universidade do Setor de Petróleo e Gás, criada pelo Instituto, oferece cursos ao setor para capacitar profissionais de forma continuada, sistêmica e inovadora, transformando conhecimento em resultado para os negócios.

A gerente da UnIBP, Karen Cubas, destacou a importância do evento para a formação de conhecimento local. “O workshop foi bom porque tivemos contato com UFS para trazer cursos presenciais e fazer intercâmbio de conhecimentos com professores de Sergipe, para atender a necessidade da indústria e ajudar Sergipe na formação de pessoas qualificadas, conhecendo o que é a indústria de petróleo e gás”, completa Karen.

Últimas Notícias

Brasil precisa qualificar 14 milhões de profissionais até 2027

Para atender a demanda da indústria brasileira nos próximos três anos, será necessário qualificar cerca de 14 milhões de profissionais entre 2025 e 2027,...

Radar capaz de detectar eventos meteorológicos extremos a 100 km de distância

Um novo radar meteorológico de alta tecnologia vai detectar eventos climáticos extremos em um raio de até 100 km no estado de São Paulo....

PPA de alto desempenho para semicondutores IGBT de próxima geração

Para a eletrônica de potência de próxima geração, a Basf desenvolveu uma poliftalamida (PPA) que é especialmente adequada para a fabricação de invólucros de...