Cobrança de pedágio pode evoluir para crise diplomática


Cobrança de pedágio imposta unilateralmente pela Argentina no trecho ‘Confluência-Santa Fé’ da Hidrovia Paraguai-Paraná pode gerar crise diplomática na América do Sul.

Os argentinos cobram US$ 1,47/tonelada no trecho de 1.180 km da hidrovia para um alegado custeio de dragagem e sinalização. A taxação foi anunciada em setembro do ano passado, causando agitação nos outros países, que alegam descumprimento do tratado estabelecido pelo Comitê Intergovenamental da Hidrovia Paraguai-Paraná (CIH), que prevê fluxo de navegação de bandeira livre.

Além das cargas de grãos, minérios e de contêineres, há a navegação de embarcações que atendem o turismo. O fluxo de embarcações desde o trajeto entre Cáceres, no Tramo Norte, até Nueva Palmira, no Uruguai, fica comprometido com a taxação do trecho pela Argentina.

O entrave diplomático ganhou destaque com a retenção de dois navios de bandeira paraguaia com cargas de grãos oriunda do Mato Grosso do Sul que se recusou a pagar pedágio de cerca de US$ 4,2 mil e acabou retida. Segundo o Itamaraty/Ministério das Relações Exteriores do Brasil, todos os países que fazem parte do Acordo da Hidrovia Paraguai-Paraná afetados pelo pedágio estão questionando a legalidade da cobrança. “No entendimento do Brasil, da Bolívia, do Paraguai e do Uruguai, o governo argentino não foi capaz de demonstrar, até o momento, constituir pedágio pelo ressarcimento de serviços efetivamente prestados na Hidrovia”. Segundo o Itamaraty, essa é a condição prevista no Acordo do Hidrovia para qualquer cobrança, pois a simples navegação não pode ser legalmente taxada.

O tema já foi tratado na Comissão do Acordo (CA), uma instância técnica, sem acordo, e deve ser tratado no Comitê Intergovernamental da Hidrovia (CIH), de natureza política.

O principal produto que passa pela hidrovia do Rio Paraguai são os minérios e a  pressão do Itamaraty é reforçada pela mineradora J&F, do Mato Grosso do Sul, e pela Hidrovias do Brasil (HBSA) que informa que “depois de o governo argentino reter uma das suas embarcações no Porto de San Lorenzo, em Santa Fé, houve a liberação para continuar a viagem no último dia 4 (sexta-feira), após a companhia pagar o valor sob protesto. A Hidrovias do Brasil ressalta que em seu entendimento a cobrança da taxa é indevida por ferir o acordo da hidrovia Paraguai Paraná de livre circulação e tratará o assunto judicialmente”.

Últimas Notícias

Brasil precisa qualificar 14 milhões de profissionais até 2027

Para atender a demanda da indústria brasileira nos próximos três anos, será necessário qualificar cerca de 14 milhões de profissionais entre 2025 e 2027,...

Radar capaz de detectar eventos meteorológicos extremos a 100 km de distância

Um novo radar meteorológico de alta tecnologia vai detectar eventos climáticos extremos em um raio de até 100 km no estado de São Paulo....

PPA de alto desempenho para semicondutores IGBT de próxima geração

Para a eletrônica de potência de próxima geração, a Basf desenvolveu uma poliftalamida (PPA) que é especialmente adequada para a fabricação de invólucros de...