Seca no Norte do Brasil deve se intensificar e impactar as operações logísticas e a geração de energia na região


O período de seca que já afeta a região Norte do Brasil deve se prolongar pelo menos até o final de outubro e iniciar o movimento de regularização a partir de novembro, mas até lá, a situação do clima irá requerer atenção das empresas, por conta da previsão de temperaturas mais altas e chuvas abaixo da média, segundo alerta da Climatempo, a mais reconhecida empresa de consultoria meteorológica e previsão do tempo da América Latina.

A região Norte se depara com um volume de chuvas de 50% a 70% abaixo da média neste período em algumas áreas, que compreendem o sul e o leste do Amazonas e os estados do Acre e Rondônia, bem como grande parte do Pará.

“Essas áreas terão um déficit hídrico maior comparativamente aos meses anteriores e temperaturas mais altas, que vão favorecer a perda de umidade do solo em áreas de formação de corpos d’água. Nesse cenário, o nível dos rios seguirá abaixando, com a chuva retornando á Amazônia ocidental a partir de outubro, de forma gradual”, afirma Vinicius Lucyrio, meteorologista da Climatempo.

As temperaturas na região já estão de 1 a 2 graus celsius acima da média, e seguirão subindo, com o pico de calor mais intenso previsto na primeira quinzena de outubro.
O baixo nível dos principais rios da bacia hidrográfica do Norte brasileiro e a perspectiva de que o chamado “verão amazônico” se intensifique são fatores que deverão ter impactos nas cadeias de abastecimento e na capacidade de geração das hidrelétricas da região, considerando inclusive que a seca deste ano será tão ou mais severa do que a do ano passado, mesmo com a previsão de maior frequência e volume de chuvas de forma antecipada, já a partir do final de outubro.


“As preocupações para os próximos meses estão relacionadas ao nível baixo dos rios em amplas áreas da faixa norte, com algumas regiões já em situação de alerta”, observa o meteorologista da Climatempo.


O nível do rio Madeira, em Porto Velho (RO), por exemplo, caiu 35 cm na última semana de julho, chegando à marca de 2,56 m, conforme o monitoramento do Serviço Geológico do Brasil, a menor cota para o período. Nesta mesma época em 2023, a cota era de 4,56 m, com média esperada de 5,8 m. É no rio Madeira que estão localizadas as hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio que, juntas, representam 7% da energia do sistema elétrico brasileiro. O nível dos rios na região de Manaus já se encontra abaixo do recorde histórico registrado no ano passado. “Como a situação do regime de chuvas não deve se alterar nos próximos meses, as operações logísticas por via fluvial podem sofrem interrupções nos trechos onde a calha dos rios é menor já a partir do próximo mês, e se refletir no preço do frete”, alerta Lucyrio. “Além disso, o modal fluvial também é responsável pelo abastecimento das comunidades ribeirinhas e o agravamento da situação pode afetar diretamente o bolso do consumidor”.

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