IA para monitoramento dos maiores estoques de água doce do Brasil

@SGB/Divulgação

Um modelo inovador aplica inteligência artificial (IA) no monitoramento dos aquíferos brasileiros, reconhecidos por serem um dos maiores estoques de água doce do planeta. Inédita no mundo, a técnica foi desenvolvida por pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil (SGB), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e da Agência Espacial dos Estados Unidos (NASA).

A nova metodologia, com possibilidade de ser replicada em outros países, combina dados de satélites da Nasa com estudos hidrogeológicos do SGB para indicar a variação do armazenamento de recursos hídricos subterrâneos, inclusive em grandes áreas. Dessa forma, contribui para o uso eficiente e sustentável da água subterrânea, considerando que tem sido cada vez mais destinada para o abastecimento urbano e atividades produtivas.

“Não existia no Brasil uma forma de avaliação e monitoramento das águas subterrâneas para todo o território nacional. Por tanto, era muito difícil estimar o quanto de água subterrânea pode ser utilizada em uma determinada região, ou mesmo qual o tamanho do impacto do uso desses recursos hídricos no consumo total de água de uma região”, explica o pesquisador em geociências do SGB Clyvihk Camacho, coordenador do estudo.

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A partir de estudos, foi desenvolvido um modelo que permite quantificar e espacializar os ganhos e perdas das águas subterrâneas, com mais precisão que outros, como o Catchment Land Surface Model (CLSM), criado pela NASA. Com a técnica usada, é possível identificar se houve variação de 1 cm em uma área de 100 km² e, assim, contribuir para ações estratégicas que garantam a conservação dos recursos, acrescentou o pesquisador: “As informações podem direcionar as companhias de saneamento quanto ao uso das águas subterrâneas, indicando se uma região está perdendo muita água”.

São analisados dados obtidos desde 2002 para compreensão do comportamento dos aquíferos. Resultados da aplicação do modelo para monitoramento do Aquífero Urucuia, em área que abrange a região oeste da Bahia e uma parte do norte de Minas Gerais, revelaram uso de água acima da capacidade: “Estimamos que apenas o Aquífero Urucuia perdeu cerca de 31 km3 de água nos últimos 20 anos. Esse resultado mostra que as áreas de ocorrência desse aquífero devem ficar muito atentas ao uso das águas subterrâneas. Em um futuro breve espero que esse modelo possa ser uma ferramenta de gestão dos recursos hídricos subterrâneos para todo o Brasil”, afirma Camacho que também é coordenador da Comissão Técnica de Hidrologia Subterrânea da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro).

O estudo tem a participação dos pesquisadores: Maria Antonieta A. Mourão (SGB), Otto Corrêa Rotunno Filho (PEC/COPPE/UFRJ) e Augusto Getirana (NASA).

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